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Genética

Sagui comum transgénico é a cobaia perfeita

por SUSANA SALVADOR Hoje

Pela primeira vez, um grupo de cientistas conseguiu que um gene introduzido 'in vitro' num primata fosse passado à sua descendência. Neste caso o gene fluorescente da GPF, uma proteína usada para explorar o interior das células vivas. A experiência, feita no Japão, abre caminho ao estudo de doenças humanas como a Parkinson e a eventuais novos tratamentos.

À primeira vista, Kei e Kou são dois saguis comuns, iguais a tantos outros. Mas sob uma luz ultravioleta, é revelado aquilo que os torna tão especiais: a fluorescência. Característica que ganharam in vitro, quando ainda eram embriões, e que vão ser capazes de passar para os seus descendentes. O que os torna nas cobaias quase perfeitas, abrindo novas perspectivas para a pesquisa médica e a observação de várias doenças humanas.

É a primeira vez que um gene introduzido é herdado com sucesso pela nova geração, dizem os investigadores japoneses liderados por Erika Sasaki, do Instituto Central de Experimentação Animal da Universidade de Keio, na revista Nature. A descoberta abre caminho para a observação nestes primatas de patologias humanas ligadas ao cérebro e ao sistema nervoso.

"Os modelos de ratos transgénicos ajudaram-nos a compreender melhor uma série de doenças humanas, mas há algumas áreas, especialmente doenças do cérebro e do sistema nervoso, onde uma maior semelhança entre primatas e o homem deixa os cientistas desejosos de os usar, se puderem", disse Sophie Petit-Zeman, da Associação de Pesquisas Médicas britânica. A nova descoberta "pode abrir a porta a modelos melhores e mais eficientes de doenças humanas e, em última análise, a melhores tratamentos", afirmou.

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