Genética

Cientistas produzem vírus que ataca células cancerígenas sem fazer mal ao tecido saudável
25.05.2009 - 20h16 PÚBLICO
Investigadores na Universidade de Oxford, no Reino Unido, conseguiram produzir um vírus que ataca e destrói células cancerígenas em ratinhos sem fazer mal aos tecidos saudáveis. O estudo foi publicado na revista “Public Library of Science”.

A equipa trabalhou com adenovírus, que é muito utilizado em tratamentos contra o cancro, mas que causa problemas hepáticos nos ratinhos. Esta família de vírus, que estão na origem de vários tipos de doenças nos humanos como gastroenterites, conjuntivites e doenças respiratórias, é composta a nível genético por uma cadeia dupla de ADN. Através da engenharia, os investigadores inseriram no material genético do vírus locais que são reconhecidos por pequenas moléculas de ARN que existem nas nossas células e controlam a expressão de proteínas.

Quando entra nas células hepáticas, o ADN do vírus liberta-se do invólucro proteico que o protege no meio exterior e começa a utilizar a maquinaria celular para replicar o material genético e produzir todas as componentes proteicas para formar novas unidades de vírus. Depois de se inserir os lugares que são lidos pelas moléculas de ARN, o vírus foi impedido de se multiplicar nestas células, mas continuou a ser capaz de se replicar em células cancerígenas. Desta forma manteve-se a capacidade do vírus de matar células do cancro, mas evitou-se a sua toxicidade.

“Esta técnica é surpreendentemente eficiente e bastante versátil. Pode ter um espectro de aplicações no controlo da actividade de vírus terapêuticos, tanto para a investigação em cancro, como também para fabricar uma nova geração de vírus com replicação condicionada, onde se desarma o lado patogénico da vacina nos seus locais primários de toxicidade”, explicou em comunicado Len Seymour, professor e investigador principal do grupo de Oxford.

A técnica foi feita em ratinhos, para ser aplicada em humanos é necessário alterar a genética do vírus. Segundo os investigadores, vão ser necessários pelo menos dois anos para se produzir o novo vírus antes de se iniciar os testes clínicos.

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