Enfrentou incêndio e salvou três casas das chamas

Fogo num lugar de acesso difícil,em Refojos, foi controlado por um morador resoluto

ANA CORREIA COSTA

Ontem, terça-feira de madrugada, as chamas que deflagraram em Refojos, Santo Tirso, espreitaram três casas - as únicas junto a um monte de difícil acesso. Antes do socorro dos bombeiros, um morador enfrentou o fogo e salvou tudo.

Manuel Oliveira, bigode perfilado e "habituado a andar no mato", escolheu "uma maravilha" de sítio para morar: há árvores a rodear a paisagem de floresta e montes e o canto dos pássaros jamais é abafado pelo ronco de automóveis. Ali, respira-se sossego. Na madrugada de ontem, porém, foi fumo que invadiu os sentidos dos moradores da Rua Cimo de Vila, no lugar de Areal - no Verão, como já é esperado, a tranquilidade cede lugar ao receio dos incêndios.

A família de Manuel divide-se por duas casas - a terceira, que era da sogra, está devoluta - erguidas no início da encosta: há mato em volta e um monte íngreme que sobe sempre e onde é difícil entrar. Aí terá começado o fogo, perto das habitações, cerca das 2.30 horas. "Um rapaz que mora perto do café deu conta das chamas e foi acordar-nos. Senão, ia tudo", contou, ao JN, o morador. Sem réstia de medo ou nervoso. Não houve vagar para isso, aliás - Manuel Oliveira não se assustou muito, como acabaria por confessar: "Já estou habituado", sorri.

Olhou o fogo de frente e limitou-se a empurrá-lo para cima, explicou, encaixado na modéstia que lhe enforma os 49 anos de vida. "Uns cursos" que tirou na fábrica onde trabalha deram uma ajuda, assim como os homens que reuniu para enfrentar as chamas que já iam altas. "Esperei que o vento estivesse de baixo para cima e reguei tudo à volta das casas. Quando os bombeiros chegaram, praticamente só fizeram o rescaldo", afirmou.

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