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Pregar contra a vacina do H1N1

A história de... Teresa Forcades, freira beneditina catalã, doutorada em medicina

FERNANDO BASTO

A religiosa investigou sobre a gripe A e ficou alarmada com a informação recolhida. Gravou um vídeo de 60 minutos, que corre o mundo no YouTube. "Digam não à vacina" é o seu grito de alerta.

Graças à gripe A e ao YouTube, a freira beneditina espanhola Teresa Forcades tornou-se rapidamente conhecida por todo o Mundo. Num vídeo com a duração de aproximadamente 60 minutos, a religiosa "prega" ao mundo contra a vacina da gripe A, alerta para os riscos que ela comporta e defende que ninguém deva ser obrigado a vacinar-se.

Que conhecimentos tem uma freira beneditina para iniciar uma espécie de cruzada contra a vacina do vírus H1N1? No vídeo, a freira catalã - autora dos livros "Os crimes das grandes companhias farmacêuticas" e "A teologia feminista" - começa por dar conta da sua formação académica, não vá haver dúvidas. É doutorada em Medicina pela Universidade de Barcelona. Estudou Teologia na Universidade norte-americana de Harvard e tomou ordens no mosteiro de Sant Benet, próximo de Montserrat, próximo de Barcelona.

Teresa Forcades foi convidada a fazer um estudo exaustivo sobre o vírus da gripe A. Concluída a investigação, a freira ficou preocupada com todo o alarido gerado em torno de uma propalada pandemia. E ainda mais intranquila ficou ao saber que a Organização Mundial de Saúde (OMS) poderia vir a considerar a vacinação obrigatória. Numa espécie de "cruzada" contra "interesses económicos" da indústria farmacêutica, a religiosa correu a posar para uma "webcam" e preparar um vídeo de alerta para o mundo. Hoje, já milhões de pessoas ouviram, com atenção, as suas explicações.

Começa por salientar que a gripe A é uma enfermidade com índices de mortalidade inferiores aos da gripe sazonal. "Se a mortalidade é menor, como se pode declarar uma pandemia?", indaga. Teresa Forcades considera "inexplicável" o grau de "irresponsabilidade" demonstrado pela OMS, pelos governos e pelas agências de controlo e prevenção de doenças ao declarar uma pandemia e promover um nível de alerta sanitário máximo "sem uma base real".

A freira enumera três novidades na vacina contra o H1N1 em relação à vacina contra a gripe sazonal. Começa por dizer que os laboratórios farmacêuticos criaram uma vacina de forma a que apenas uma injecção não seja suficiente para a inoculação, sendo, antes, necessárias duas doses. Além disso - realça -, a OMS recomenda que também não se deixe de tomar a vacina da gripe sazonal, o que leva uma pessoa a expor-se a ser injectada três vezes. Segunda novidade para a religiosa é o facto de alguns laboratório terem juntado à vacina coadjuvantes mais potentes do que aqueles utilizados até agora na vacina anual. Terceira e última novidade: a indústria farmacêutica está a exigir aos estados que assinem acordos que lhes proporcionem impunidade caso as vacinas tenham mais efeitos secundários do que os previstos. Os EUA já assinaram um acordo que libera tanto os políticos como as farmacêuticas de toda a responsabilidade pelos efeitos secundários da vacina.

Em jeito de conclusão, Teresa Forcades deixa claro ser necessário manter a calma, tomar as precauções sensatas para evitar o contágio e, sobretudo, "não deixar-se vacinar".

E termina com um apelo: "Peço que se active com carácter urgente os mecanismos legais (...) para assegurar de forma clara que não se poderá forçar ninguém no nosso país a vacinar-se contra a sua vontade e os que decidam livremente vacinar-se não sejam privados do direito de exigir responsabilidades nem do direito a serem recompensados economicamente (eles e os seus familiares) no caso da vacina lhes causar uma doença grave ou a morte".

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