Correio da Manhã

Tratamento: Intervenção é aplicada nos tumores malignos

Cirurgia tenta destruir metástases

O objectivo é destruir metástases (novos focos de tumor maligno). A cirurgia que extrai o tumor, chamada ressecção, é agora feita no fígado, vias biliares e pâncreas. Para melhorar as percentagens de sobrevivência, é utilizada uma esponja hemostática para controlar a hemorragia, que nestes casos costuma ser fatal. O Hospital de São João, no Porto, foi a primeira unidade do País a recorrer a esta técnica.

Por:Ana Sofia Coelho

A cirurgia começou por ser feita em doentes com cancro do cólon e do recto. Os resultados mostraram que a taxa de sobrevivência era parecida com a de outras operações em que não havia metástases naqueles órgãos. E que, por isso, era preferível operar as novas lesões tumorais.

Hoje já são aceites doentes com metástases no rim, estômago, pâncreas, vias biliares (que ligam o fígado e a vesícula biliar ao duodeno) e fígado.

A técnica consiste em tirar a metástase, tratar outros nódulos cancerosos por radiofrequência e estancar as hemorragias, colocando esponjas no órgão.

A diferença prende-se com o facto de anteriormente o doente ser, em muitos casos, apenas sujeito a tratamentos paliativos. Primeiro, retiram-se os nódulos do tumor através de uma cirurgia aberta convencional. É possível tratar outros nódulos por radiofrequência (que pode ser feita durante a cirurgia ou através da pele, recorrendo a uma TAC e radiografia). Introduz--se uma agulha, cujos movimentos são controlados através das imagens da radiografia. A agulha irá destruir, pelo calor, os nódulos que não era possível retirar. No caso do pâncreas e do fígado, é colocada, já no fim da operação, uma esponja hemostática no órgão, que ajuda a controlar a hemorragia e evita que os fluídos se libertem e causem infecções pós-operatórias. A hemorragia é sempre uma preocupação nestas cirurgias, chegando a ser fatal em alguns casos, e a esponja é usada para a prevenir e, eventualmente, tratar.

O número de cirurgias desta natureza tem aumentado em doentes com cancro e nos quais são detectadas metástases.

TÉCNICA USADA EM 45 HOSPITAIS

A técnica que aplica a esponja hemostática nas cirurgias de ressecção é usada desde 2009. Apesar de o Hospital de S. João, no Porto, ter sido o primeiro a recorrer à esponja, hoje esta é utilizada em 45 hospitais em todo o País. A aplicação da esponja, com o nome comercial TachoSil, está restrita a cirurgiões experientes. Pode ser usada apenas uma ou mais, dependendo do tamanho da ferida.

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