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Humanismo "desapareceu" da Grécia com a crise
Por Agência Lusa, publicado em 13 Abr 2013


A catástrofe social na Grécia, onde “o humanismo desapareceu” devido à crise e às medidas de austeridade, é o tema da reportagem de Bruno Simões Castanheira, vencedora do principal galardão do Prémio de Fotojornalismo Estação Imagem/Mora.
“O meu objetivo foi ir até Atenas para ver a realidade grega. Todos falávamos em números relativos à crise e achei que era a altura indicada para ir à Grécia e ver a realidade, ver as pessoas e não os números”, explicou o fotógrafo.
Bruno Simões Castanheira falava à agência Lusa depois de receber o galardão da categoria principal do Prémio Estação Imagem/Mora, cujos vencedores foram anunciados hoje, naquela vila alentejana.
A reportagem premiada, intitulada “Grécia, onde a crise económica criou uma catástrofe social”, publicada no Jornal i, foi realizada em setembro do ano passado, por iniciativa própria de Bruno Castanheira, como 'freelancer'.
“A minha felicidade, neste caso, é saber que há mais pessoas que vão ver este trabalho [depois do prémio], que vão olhar para aquelas imagens” e ganhar “outra consciência que ainda não têm”, congratulou-se.
Segundo Bruno Simões Castanheira, “é tempo de parar de uma vez por todas o que se está a fazer. O humanismo desapareceu e o que eu vi na Grécia foi mesmo isso, é uma catástrofe social em que o humanismo desapareceu”.
A situação grega, acrescentou, pode ilustrar o que acontece nos outros países intervencionados, como Portugal, mas pode ser alterada através da intervenção de todos.
“Está nas nossas mãos [dos jornalistas], porque temos os meios e as armas para o fazer, e está na mão de todos os cidadãos acabar com isto de uma vez por todas, porque acho que ainda vamos a tempo de evitar o pior”, incentivou.
Além desta reportagem, a crise foi o tema dominante de outros trabalhos premiados nas sete categorias que integraram a edição deste ano do concurso promovido pela Estação Imagem e pelo Município de Mora.
“Demos alguns prémios a histórias que, de diferentes formas, abordam a crise. O que foi interessante” foi, precisamente, o facto de não ter havido “apenas uma visão sobre a crise”, disse à Lusa Elisabeth Biondi, presidente do júri.
A também presidente do júri de retratos do World Press Photo 2013 confessou ainda ter aprendido “muito” sobre a crise ao analisar as diferentes reportagens fotográficas submetidas ao concurso.
A qualidade dos trabalhos candidatados às diferentes categorias surpreendeu o júri, sobretudo nas “categorias mais relacionadas com assuntos contemporâneos”, disse, elogiando: “Havia muito boas candidaturas”.
Sobre a reportagem de Bruno Simões Castanheira, Elisabeth Biondi disse que foi premiada com o galardão principal porque “o assunto era bom” e o trabalho foi “bem executado”.

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