EXPRESSO

Identificado fármaco que previne doença incurável

Investigação feita na Universidade do Minho incidiu sobre a doença de Machado-Joseph, uma patologia neurodegenerativa hereditária e incurável que afeta milhares de pessoas.
Bárbara Matias

Patrícia Maciel, coordenadora da investigação, em declarações ao Expresso explica que "os resultados servem para comprovar que o 'alvo' a que se dirige o fármaco é um bom alvo a atingir, mas é necessário melhorar as 'armas' a utilizar, desenvolvendo compostos com a mesma ação e com menos efeitos secundários".  
"Felizmente, há já algumas empresas farmacêuticas a trabalhar neste sentido e nós estamos a trabalhar ativamente com uma delas para testar esses novos fármacos", acrescenta.
A investigadora de 42 anos começou a estudar a doença de Machado-Joseph há 20 anos. "Comecei a estudar a patologia antes de ser identificado o gene causador, precisamente com o objetivo de o identificar e daí avançar para compreender melhor a doença e eventualmente conseguir tratá-la", conta.  
O estudo, agora publicado na prestigiada revista "Neurotherapeutics", foi desenvolvido com ratos de laboratório. "Os ratinhos apresentam uma progressiva descoordenação motora, perda de força e neurónios, bem como uma agregação da proteína ataxina-3 mutada em várias regiões do cérebro", explica Patrícia Maciel. 
Este modelo, que reproduz fielmente a doença, constitui uma importante ferramenta para testar novas estratégias terapêuticas.

Doença incurável e hereditária

A doença de Machado-Joseph é uma patologia neurodegenerativa hereditária incurável causada por uma mutação no gene ATXN3. Caracteriza-se sobretudo pela descoordenação dos movimentos corporais.
Este desequilíbrio pode ter interferências na coordenação dos dedos, mãos, braços e pernas, nos movimentos oculares e no mecanismo de deglutição. 

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