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"E se a pobreza fosse ilegal?"

Crise fez disparar o número de pessoas que precisam de ajuda. Foto: DR
Esta é a proposta da organização "Impossible", que pretende ilegalizar a pobreza, enquanto violadora de direitos e deveres, e considerá-la um crime.
12-01-2015 7:27 por Ana Lisboa












A “Impossible” é uma organização criada recentemente por Henrique Pinto, ex-director da Cais, instituição que apoia os sem-abrigo na cidade de Lisboa. O mentor deste projecto reuniu um grupo de pessoas, todas elas determinadas em alcançar o impossível, “ ousar ir além dos limites”.
Nesse sentido, surgiu o Movimento Pobreza Ilegal. O objectivo é precisamente tornar a pobreza ilegal. Alega que tal como a escravatura foi abolida, também a pobreza deverá seguir o mesmo caminho.
O mentor deste projecto, Henrique Pinto, diz à Renascença que pretende “levar o Parlamento português a declarar solenemente que a pobreza é ilegal, é crime, é violadora de direitos e deveres”.
“Queremos também inscrever dentro da Constituição que Portugal é um dos países que tornou, num devido tempo, ilegal e que tudo fará para que onde a pobreza prolifere, as pessoas sejam punidas por isso”, sublinha.
Não basta a boa vontade e a generosidade de cada um e das instituições, admite este responsável. É preciso apostar em políticas sociais que devem ser “ousadas e corajosas, que coloquem no centro a importância e o valor da pessoa humana, não é o dinheiro”, porque, sublinha, “um paradigma que nos governa e do qual somos vítimas é o paradigma da idolatria do dinheiro”.
A organização “Impossible” está na fase de “pôr de pé uma estratégia que visa, sobretudo, fazer chegar a toda a gente a ideia: “E se a pobreza fosse ilegal? E se a pobreza fosse crime? Nós queremos provocar o pensamento de cada um, estimulá-lo”, diz Henrique Pinto.
O assunto vai ser motivo de vários debates organizados por núcleos locais, movimentos da sociedade e da Igreja. Fica a promessa de haver novidades durante o primeiro trimestre deste ano.
Os últimos números da pobreza são de 2012 e indicam que em Portugal 18,7 por cento das pessoas estavam em risco de pobreza.

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