A Holanda vai testar no segundo trimestre de 2016 uma
barragem revolucionária “amiga” do ambiente, indicou uma fundação
holandesa que pretende eliminar os plásticos – garrafas, sacos e outros –
que poluem os oceanos.
Num comunicado divulgado na quinta-feira em Haia, a fundação The Ocean Cleanup
irá testar a infra-estrutura em condições reais a 23 quilómetros da
costa holandesa e em pleno Mar do Norte, construindo uma barragem de 100
metros de comprimento.
Enquanto na maior parte das barragens o procedimento é feito através
de embarcações, que vão recolhendo o lixo e o plástico, a fundação
pretende usar as correntes marinhas para os armadilhar.
Em 2020 serão estendidos dois braços flutuantes de 50 quilómetros cada, em forma de “V”, e serão colocados no fundo do mar.
“O objetivo do teste é observar os efeitos do mar, sobretudo as
correntes e as ondas”, precisou a fundação no documento, que já testou a
barragem em condições controladas nas bacias holandesas.
A “sopa plástica” – uma mistura de detritos de plástico de tamanhos diversos no oceano – tem um impacto considerável sobre o ambiente.
O sistema foi inventado há 4 anos por Boyan Slat,
o jovem de 20 anos com uma missão ambiciosa – livrar os oceanos do
planeta dos plásticos flutuantes – que fundou a The Ocean Cleanup.
Os animais marinhos, como os golfinhos ou as focas, são os que acabam
por ser as maiores vítimas, ao serem enredados, podendo sufocar e
acabar por morrer.
O mesmo se passa com as tartarugas, que confundem os sacos de plástico com medusas.
Decompostos em pequenas partículas, os plásticos suspeitos de ter um
efeito negativo na fertilidade e de provocar doenças cancerosas no
homem, entrarão depois na cadeia alimentar, mas numa escala bastante
inferior
O teste deverá servir de base para um outro, ainda em maior escala, próximo da ilha japonesa de Tsushima (sul).
O projeto, a realizar por um consórcio do Japão e da Coreia do Sul, deverá ter uma infraestrutura de cerca de dois quilómetros.
A fundação holandesa ressalvou que a barragem é constituída por
barreiras, não por uma rede, sob as quais os peixes poderão passar
livremente e que o dispositivo a testar não representa qualquer ameaça à
fauna.
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