Universidade de Coimbra: pâncreas bioartifical para tratar diabetes
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
está a desenvolver um pâncreas bioartificial, uma microcápsula com
células produtoras de insulina, para tratar eficazmente a diabetes tipo 1
e tipo 2.
A equipa liderada por Raquel Seiça focou-se em melhorar as
propriedades biológicas destes dispositivos, o que permitiu aumentar a
viabilidade e a funcionalidade das células encapsuladas e
transplantadas. Os resultados das experiências realizadas, primeiro in vitro e posteriormente em ratos diabéticos, foram bastante promissores.
«Observou-se, in vitro, um aumento da viabilidade celular e
da produção de insulina e, nos animais diabéticos, uma melhoria dos
níveis da glicose sanguínea e da resistência à acção da insulina»,
explica a coordenadora deste estudo, que começou há quatro anos com o
projecto de tese de Joana Crisóstomo.
«Com o encapsulamento conjunto destas nanopartículas e das células
produtoras de insulina nas referidas microcápsulas de hidrogéis de
alginato modificados com RGD, observou-se um aumento muito significativo
da secreção de insulina, estando em curso a realização de novos ensaios
em modelos animais», explica a catedrática da Faculdade de Medicina de
Coimbra.
O número de casos de diabetes tem vindo a aumentar, afectando já mais
de um milhão de portugueses. Facilitar o dia-a-dia dos doentes é assim o
grande objectivo deste projecto. “Libertar os doentes com diabetes tipo
1 das injecções de insulina e alcançar um melhor controlo dos níveis de
glicose com a consequente diminuição das complicações agudas e crónicas
da doença e, desta forma, melhorar a qualidade de vida dos doentes com
diabetes», conclui a investigadora da Universidade de Coimbra.
Foto: Britico / Creative Commons
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