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Proteína do Leite Materno Pode Combater as Bactérias Resistentes a Antibióticos

24 de outubro de 2016

proteina-do-leite-materno-pode-combater-as-bacterias-resistentes-a-antibioticosCom as superbactérias no caminho para dominar o mundo, os cientistas estão procurando maneiras novas e eficazes para parar esta crescente ameaça. No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o aumento da resistência aos antibióticos como uma crise de saúde global que poderia sinalizar o fim da medicina moderna.
A menos que encontremos uma solução, a OMS diz que as infecções comuns e as doenças curáveis, como a tuberculose e a gonorreia podem tornar-se mortais mais uma vez. Apesar das repetidas advertências, os médicos mantêm o excesso de prescrição de antibióticos, e os agricultores desnecessariamente alimentam o gado com antibióticos para promover o crescimento e prevenir doenças.
Todos os anos, milhares de pessoas morrem de infecções por superbactérias intratáveis. Mas há esperança. Um grupo de pesquisadores do Laboratório Nacional de Física da University College London descobriram uma proteína particular no leite materno humano, que pode ser a solução para as bactérias resistentes aos medicamentos.
Antibiótico do leite materno
O novo estudo, publicado na revista Chemical Science, é uma continuação de sua pesquisa anterior analisando como o leite materno ajuda os bebês a combaterem as infecções. Há muito se sabe que o leite materno é vital para a saúde dos recém-nascidos. Estudos anteriores demonstraram que as crianças amamentadas beneficiam-se de uma camada extra de proteção contra as doenças durante os primeiros meses cruciais de suas vidas frágeis.
Os autores do estudo identificaram um fragmento da proteína chamada lactoferrina no leite materno que pode destruir com sucesso as bactérias resistentes aos medicamentos, fungos e até mesmo vírus ao entrar em contato. A lactoferrina é um fragmento minúsculo que torna o leite materno vital para impulsionar a imunidade e a saúde do seu pequeno.
Conforme relatado pela Tech Times, desde os anos 1960, os cientistas sabem sobre a existência da lactoferrina, mas é somente agora que eles aperfeiçoaram-se sobre as propriedades da proteína e a reconstruíram para torná-la mais eficaz.
A lactoferrina é muito melhor que apenas um outro antibiótico para matar as superbactérias
Segundo os pesquisadores, a proteína pode identificar, atacar e destruir os patógenos em uma fração de segundo, o que torna quase impossível para as bactérias construírem resistência.
Para dar poderes à lactoferrina, a equipe de pesquisadores manipularam a proteína isolada em uma cápsula semelhante a um vírus, a qual é capaz de atingir uma bactéria específica e matá-la ao entrar em contato, sem prejudicar as células hospedeiras humanas.
Para monitorar a atividade da cápsula em tempo real, Hasan Alkassem – um dos líderes do estudo – e seus colegas desenvolveram uma nova técnica de medição de alta velocidade usando a microscopia de força atômica. Eles descobriram que a lactoferrina pode matar as bactérias ao entrar em contato perfurando buracos em suas membranas celulares de proteção à velocidade da bala.
O desafio não era apenas ver as cápsulas, mas seguir seu ataque às membranas bacterianas. O resultado foi impressionante: as cápsulas agiram como projéteis perfurando as membranas com velocidade e eficiência de uma bala“, disse Alkassem.
Enquanto os seus resultados parecem promissores e poderiam significar o fim da era das bactérias resistentes aos medicamentos, pode levar mais alguns anos antes de os médicos serem capazes de prescrever esta proteína poderosa que pode ser encontrada no leite materno, lágrimas, saliva e secreções nasais humanas.
É necessário mais pesquisa para se certificar de que a proteína não é perigosa, no entanto, Alkassem e sua equipe estão esperançosos. Eles acreditam que a lactoferrina pode um dia ser usada para derrotar as superbactérias. Além disso, eles especulam que esta nova técnica poderia fornecer veículos de entrega para outros medicamentos para tratar doenças incuráveis, como a anemia falciforme.

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