Visão

Há um novo remédio que parece funcionar na cura do Alzheimer

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O novo medicamento passou com sucesso a primeira fase de testes em doentes e pode ser a solução para a ainda incurável doença de Alzheimer

Lembra-se de, no mês passado (Outubro de 2016), lhe termos dado conta de uma nova esperança para a cura do Alzheimer? O comprimido em causa chama-se Verubecestat, é produzido pela gigante farmacêutica Merck e passou com sucesso a primeira fase de testes.
É considerado o comprimido que desliga a produção de placas amilóides (aglomerados de proteínas que bloqueiam e matam neurónios do cérebro) e, a ser capaz de conter o avanço da demência, pode vir a ser o primeiro licenciado para o efeito.
Crescem assim as esperanças num tratamento efetivo que pretende introduzir uma quebra na produção regular destas proteínas - as amilóides-beta, conhecidas por se acumularem do cérebro dos doentes com Alzheimer
Este Verubecestat pretende, então, travar estas proteínas que matam os neurónios saudáveis e levam à perda de memória, ao declínio cognitivo e às mudanças de personalidade. Matt Kennedy é o responsável pelo teste do medicamento alerta "é ainda prematuro especular sobre a sua eficácia" mas, de facto, as opções terapêuticas que temos hoje para estes doentes são muito poucas "e as que existem previnem o avanço da doença apenas no curto prazo. Não vão diretamente ao alvo fundamental da doença" disse.
O teste deste medicamento foi publicado na última quarta-feira (2 de novembro de 2016) no jornal cientifico Science Translational Medicine e foi aplicado em 32 doentes ainda num estágio pouco avançado da doença. Os pacientes receberam o tratamento durante sete dias e os voluntários saudáveis receberam-no durante duas semanas.
Embora o tempo do teste não tenha sido suficiente para se observarem resultados muito visíveis numa ressonância magnética, por exemplo, as amostras do líquido cefaloraquidiano mostraram que o comprimido reduziu os níveis de dois compostos que criam estes blocos de proteínas.
O neurocientista e professor John Hardy foi o primeiro a propor a teoria das proteínas de amilóide como centrais na doença e recebeu com muito agrado os resultados deste primeiro teste, dizendo apenas que a única certeza que ainda não temos é a de que o medicamento pode trazer benefícios cognitivos para os pacientes.
A grande vantagem deste comprimido é que parece ter poucos efeitos secundários (ao contrário de outros anteriormente testados) e a farmacêutica já está a realizar a próxima fase de testes mobilizará um total de 3500 pacientes.
A companhia americana de biotecnologia Biogen também está a trabalhar há algum tempo numa solução de tratamento do Alzheimer mas o professor John Hardy acredita que o comprimido da Merk tem mais probabilidades de ser barato e fácil de produzir do que a terapia da Biogen que envolver injeções com antibióticos.
Notícias ainda pouco concretas mas animadoras por abrirem um caminho de esperança para uma doença que até hoje não se previne, não se atrasa, não se trata e matou 1650 portugueses em 2014 (segundo os últimos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística).

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