Portugueses criam tratamento que cura infeções ósseas e regenera o osso
Esta solução, orientada para doentes
com osteomielite (infeção óssea que ocorre quando bactérias ou fungos
invadem um osso), transporta e liberta, de forma controlada, o
antibiótico para o local afetado, explicaram à Lusa os investigadores do
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto
(i3S), Susana Sousa e Fernando Jorge Monteiro, líderes do projeto
Hecolcap.
Após a eliminação da infeção, o biomaterial existente
na solução promove o recrutamento, a ligação e a proliferação de células
ósseas, resultando num aumento de formação óssea e na redução do tempo
de recuperação do paciente, explicaram.
O tratamento tradicional da osteomielite, segundo os
investigadores, passa, primeiramente, por uma intervenção cirúrgica na
qual é feito o desbridamento (remoção do tecido morto) da zona afetada
pela infeção.
Risco de infeção na técnica tradicional
A
par desta intervenção, os pacientes são submetidos a um tratamento para
eliminar as bactérias que tenham originado a infeção, através da
administração de antibióticos, o que, na grande maioria dos casos,
obriga a um internamento hospitalar durante períodos prolongados. "A
taxa de sucesso desta administração mostra que em 40% dos casos ocorre
recorrência da infeção, o que obriga a que este ciclo de administração
do antibiótico se prolongue, com danos colaterais importantes e custos
muito elevados para os serviços hospitalares", referiram.
De
seguida, a cavidade criada é preenchida com materiais que ajudam à
regeneração do osso, o que cria a necessidade de uma nova intervenção,
com novos riscos de infeção associados. De acordo com os responsáveis,
embora o medicamento disponível no dispositivo não dispense a primeira
intervenção cirúrgica, substitui a administração intravenosa do
antibiótico por uma administração única e localizada, com uma
concentração mais elevada mas que, no total, corresponde a uma
quantidade global menor de fármaco.
Comentários