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Novo medicamento trava "doença dos pezinhos"

HELENA NORTE

Ensaios clínicos revelam que, em 60% dos casos, impediu ou atrasou evolução da patologia.

Pela primeira vez, um medicamento demonstrou ser eficaz, durante ensaios clínicos, a travar a evolução da paramiloidose (vulgo "doença dos pezinhos"). A comercialização deve demorar mais de um ano.

O Hospital de Santo António (Porto) liderou o estudo mundial, realizado em oito centros durante 18 meses, que envolveu 128 doentes, mais de metade portugueses. Os participantes foram divididos em dois grupos: metade tomou a substância e aos restantes foi administrado o placebo. Nem os doentes nem os médicos sabiam quem estava a tomar o quê - estudo duplamente cego, um dos critérios para garantir a validade dos dados apurados.

Os resultados revelam que, em 60% dos casos, a substância Fx-1006A travou ou desacelerou substancialmente a progressão da doença, afirmou ao JN Teresa Coelho, responsável pela Unidade Clínica de Paramiloidose do Hospital de Santo António e coordenadora nacional do estudo.

"Este medicamento actua prevenindo a formação de substância amilóide, que lesiona os nervos periféricos", explica a neurologista, acrescentando que é a primeira vez que uma terapêutica farmacológica inverte o curso da doença. Mas, para a cura, ou seja, eliminação da mutação genética, "ainda há um longo caminho a percorrer"

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