Santa Maria coloca primeiro pacemaker capaz de acompanhar risco de apneia do sonoSAPO Saúde

Santa Maria coloca primeiro pacemaker capaz de acompanhar risco de apneia do sono

O aparelho consegue monitorizar episódios de apneia do sono e tratar perturbações do ritmo cardíaco

12 de julho de 2013 - 14h23
O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, realizou hoje a primeira cirurgia em Portugal de colocação de um pacemaker capaz de monitorizar o risco de apneia do sono, distúrbio que causa pausas de respiração, anunciaram os médicos.
Trata-se de um novo pacemaker, “o mais pequeno do mundo”, que é capaz de fazer um rastreio automático dos doentes com risco elevado de apneia do sono, através de um “sensor altamente fiável, que monitoriza os ciclos respiratórios”, refere um comunicado enviado à agência Lusa.
Este aparelho consegue, assim, monitorizar os episódios de apneia do sono, além de tratar as perturbações do ritmo cardíaco.
“A possibilidade de verificar se existe um índice de apneia do sono, nos portadores de pacemakers, é um passo importante para evitar o desenvolvimento ou agravamento de outras doenças cardiovasculares”, diz Pedro Marques, cardiologista no Hospital Santa Maria, na nota enviada à Lusa.
João de Sousa, cardiologista responsável da área de eletrofisiologia do mesmo hospital, indicou ainda que os doentes com apneia do sono apresentam um risco duas a quatro vezes maior de desenvolver arritmias.
“A presença de arritmias noturnas em doentes com apneia do sono pode explicar o aumento da prevalência de morte súbita, descrita neste grupo de doentes. Por isso, todas as pessoas com distúrbios do sono deveriam fazer testes cardiovasculares para verificar se existem ou não perturbações do ritmo cardíaco, bem como nas pessoas a quem se identifiquem arritmias também deverá ser pesquisada a presença de apneia do sono”, escreve este médico no comunicado.
Segundo os especialistas, a apneia do sono, apesar de ser uma doença prevalente nos portadores de pacemakers, é ainda muito sub-diagnosticada nesta população. Trata-se de uma doença que aumenta o risco de morte e a incidência de doenças cardiovasculares comuns como a hipertensão arterial, a fibrilhação auricular e a insuficiência cardíaca.
A apneia do sono é um distúrbio caracterizado por pausas da respiração com duração superior a 10 segundos e que se repetem mais de cinco vezes por hora.
Não existem ainda estudos de prevalência desta patologia em Portugal, mas, considerando as estatísticas internacionais, estima-se que afete cerca de 800 mil portugueses, sobretudo homens a partir dos 40 anos.
Lusa

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