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Portuguesa na elite mundial dos inovadores criou adesivo que salva bebés

Foto: DR
  • Áudio "Temos bons cientistas"
  • Áudio Adesivo chegará ao mercado dentro de 2 ou 3 anos
  • Áudio Como surgiu a ideia do adesivo?
  • Áudio "É uma honra pelo reconhecimento do trabalho"






Uma mente brilhante. Maria Pereira é a primeira cientista portuguesa a integrar a lista de inovadores com menos de 35 anos da "MIT Technology Review".
21-08-2014 6:00 por Ricardo Vieira

Uma ideia que pode ajudar a salvar bebés com problemas cardiovasculares valeu à cientista portuguesa Maria Pereira um lugar na lista dos jovens mais inovadores do mundo, elaborada pela revista "MIT Technology Review".
"É uma honra pelo reconhecimento do trabalho que foi feito e claro que é importante ser distinguida nesta lista. Fiquei surpreendida e muito contente", disse à Renascença a investigadora, de 28 anos, que actualmente desenvolve a sua actividade em Paris.
Maria Pereira é a primeira cientista portuguesa a integrar a lista de inovadores com menos de 35 anos da "MIT Technology Review" pelo seu trabalho no campo da biotecnologia e medicina e desenvolvimento de uma tecnologia com capacidade para transformar o mundo. 
Adesivo para "pequenos buraquinhos no coração"maria licenciou-se em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Coimbra, integrou o projecto MIT Portugal e rumou aos Estados Unidos. Em Boston, ajudou a criar um adesivo que pode ser aplicado nos bebés (seis em cada mil) que todos os anos nascem com problemas cardiovasculares.
A investigação envolveu uma equipa multidisciplinar de médicos e cientistas e contou com a colaboração de várias instituições, como o Brigham & Women’s Hospital e o Children’s Hospital de Boston.
"Primeiro, identificou-se o problema e, depois, surgiu a ideia de desenvolver estes adesivos” para fechar os “pequenos buraquinhos no coração" dos bebés e restabelecer a circulação sanguínea, explica Maria Pereira.
O adesivo é formado por um biomaterial que pode ser aplicado no recém-nascido de maneira menos agressiva do que uma cirurgia tradicional. 
"Actualmente, isto feito é através de operações invasivas, com a aplicação de costuras. Também existem alguns dispositivos médicos, mas normalmente são metálicos, não têm capacidade de crescer com a criança e causam alguma erosão nos tecidos cardíacos. Então, a ideia que nós tivemos foi desenvolver um adesivo que pode ser aplicado de maneira minimamente invasiva e que adere bem ao tecido cardíaco mesmo na presença de sangue", sublinha a cientista.
O projecto começou a ser desenvolvido em 2009 e três anos depois começaram os testes em animais. "Neste momento, a tecnologia foi licenciada à ‘startup’ Gecko Biomedical e o nosso plano é trazer a tecnologia para o mercado no espaço de dois a três anos", estima Maria Pereira.

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