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Português homenageado por ter salvo judeus do Holocausto
70 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, muitos são ainda
aqueles reconhecidos pelos seus feitos e atitudes considerados heroicos. O padre Joaquim Carreira, Vice-Reitor do Colégio Pontifício Português,
em Roma, foi esta quarta-feira homenageado com o título póstumo de Justo
Entre as Nações, o maior reconhecido a não judeus feito pelo Estado de
Israel e do povo judeu.
O seu nome junta-se a Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio
Garrido, José Brito Mendes e outros 25 mil nomes de não judeus gravados
no Yad Vashem, o Memorial ao Holocausto em Israel. Estes nomes servem
para recordar todos aqueles que se sacrificaram para salvar judeus
durante o regime nazi.
O reconhecimento foi anunciado no final de 2014, e a entrega da
medalhe e certificado à sua família foi feita esta semana, numa
cerimónia na Sinagoga de Lisboa com a presença da Embaixadora de Israel.
Joaquim Carreira viajou para Roma já em 1940, onde acabou por
auxiliar várias famílias judaicas durante o Holocausto. Nos registos do
Yad Vashem, salvou pelo menos três pessoas, incluindo Elio Cittone,
encontrado em 2012 pelo jornalista António Marujo e uma das testemunhas
que ajudou a que o reconhecimento fosse possível. Num dos relatórios do
ano letivo de 1943-1944, pode ler-se, pela mão do padre, "concedi asilo e
hospitalidade no colégio a pessoas que eram perseguidas na base de leis
injustas."
Um dos sobrinho do padre, Joaquim Carreira Mónico, conta ao
Observador que os registos do tio falam em 40 pessoas salvas, se bem que
é difícil saber o número exato.
Joaquim Carreira faleceu em 1981, em Roma. O seu nome será gravado no Memorial dos Justos no verão.
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