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Ciência
Cientistas conseguiram reverter células cancerígenas para células normais
Num estudo publicado na plataforma Pancreas,
um grupo de investigadores das universidades de San Diego, Purdue e
Sandord-Burham anunciaram que conseguiram reverter o processo de
crescimento das células de adenocarcinomas do pâncreas, e torná-las
saudáveis. Os testes foram feitos em laboratório e pretendem ser uma
pesquisa para novos tratamentos.
Para testar a teoria, os cientistas criaram células de cancro do
pâncreas em laboratório. Estas células foram depois induzidas a produzir
a proteína E47 em maior quantidade, uma proteína responsável pelo
desenvolvimento de células e a sua diferenciação (a capacidade de
conseguir que as células que partilham o mesmo código genético possam
executar funções diferentes). Sendo que são estas células as
responsáveis pelo crescimento dos adenocarcinomas (os tumores
cancerígenos), ao produzir mais esta proteína os cientistas concluíram
que as células cancerígenas deixaram de se desenvolver, voltando atrás
no tempo.
"As células de cancro pancreático têm uma "memória genética" que
pretendemos explorar", diz Pamela Itkin-Ansari, uma das autoras do
estudo. A ideia foi reforçada quando, ao inserir em ratos as células
reprogramadas, as probabilidades de crescimento de tumores diminuiu.
O cancro do pâncreas, sendo um dos que mais tarde é diagnosticado
(pois os seus sintomas começam a surgir numa fase mais tardia), é também
um dos que mais dificilmente é tratado - especialmente quando leva à
propagação para outros órgãos. Em Portugal, segundo dados da Cuf, todos
os anos surgem 500 novos casos, e é um dos cancros com mais taxa de
mortalidade.
Os investigadores pretendem agora verificar se a proteína E47
comporta-se da mesma forma em células cancerígenas de doentes já
diagnosticados, e procurar uma forma de produzir esta proteína com mais
facilidade.
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