Um grupo de investigadores britânicos garante ter encontrado o
calcanhar de Aquiles do cancro, um ponto fraco através do qual vão
tentar combater finalmente a doença.
Esta descoberta, que poderá vir a revelar-se fundamental no combate à
doença, foi feita por uma equipa de investigação da University College
London e da Cancer Research UK, revela o The Telegraph.
Segundo o jornal britânico, estes investigadores descobriram que
todas as células cancerígenas têm um ponto fraco que as denuncia, ou
seja, uma espécie de “bandeira” que as sinaliza.
Desta forma, estas mesmas células podem ser descobertas pelo sistema imunitário, independentemente do facto de estarem sempre em constante mutação.
Qual é então o problema? Geralmente, o nosso sistema imunitário
consegue identificar essas células graças a este “calcanhar de Aquiles”,
mas não consegue replicar-se em número suficiente para atacá-las de uma
forma eficaz.
Por isso, a estratégia avançada por estes investigadores passa por
encontrar essas células do sistema imunitário, multiplicá-las e voltar a
introduzi-las no organismo do paciente. O próximo passo poderá ser o
desenvolvimento de uma nova vacina que usa este mesmo método.
Charles Swanton, o co-autor do estudo e professor do
Instituto de Cancro da universidade londrina, afirma que esta
descoberta “pode melhorar de forma significativa a taxa de
sobrevivência” de pacientes com cancro.
“É emocionante. (…) É como se fosse o calcanhar de Aquiles destas células para podermos ir atrás delas”, afirma.
“Isto dá-nos a possibilidade de olhar para os tumores dos pacientes
de uma forma individual e perceber qual o melhor tratamento para cada um
deles”.
Também o professor Peter Johnson, do Cancer Research
UK, diz que este estudo “preenche algumas falhas” e ajuda a perceber
porque é que alguns tratamentos falharam no passado.
“Esta fascinante pesquisa dá-nos pistas importantes sobre um
tratamento específico, feito à medida para cada paciente, usando o seu
sistema imunológico”, explica.
“Penso que vamos olhar para trás daqui a cinco anos e vamos pensar
que este foi o momento em que percebemos melhor o cancro”. A equipa
britânica espera avançar com os primeiros tratamentos dentro de dois ou
três anos.
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