Novo tratamento para doentes com esclerose múltipla aprovado em Portugal
Para João de Sá, neurologista do
Hospital de Santa Maria, trata-se de "uma formulação distinta de
interferão beta 1-a, que vai seguramente revolucionar a terapêutica de
primeira linha da esclerose múltipla por surto-remissão".
O
especialista acrescenta ainda que “teremos assim com um perfil de
eficácia e segurança bem conhecidos uma formulação que permite ser
administrada 2 vezes por mês, o que representa indiscutivelmente uma
opção terapêutica extremamente cómoda para os doentes que poderão ver
assim melhorada a sua qualidade de vida".
Este é o único
interferão peguilado aprovado para a utilização na EMSR e reduz vários
parâmetros de atividade da doença, incluindo número de surtos, lesões
cerebrais e progressão da incapacidade. Esta aprovação baseia-se nos
resultados de um dos maiores e principais estudos conduzidos com
interferão beta, o ADVANCE, que envolveu mais de 1500 doentes com EMSR.
No
ensaio clínico ADVANCE, o novo tratamento administrado de duas em duas
semanas reduziu significativamente a taxa anualizada de surtos (TAS) ao
final de um ano em cerca de 36 por cento quando comparado com placebo.
Os resultados de dois anos de ADVANCE confirmam que a sua eficácia
robusta é mantida além do controlo com placebo no primeiro ano de
estudo.
"O peginterferão beta 1a oferece às pessoas que vivem com
EM um interferão com uma eficácia reforçada e com um perfil de segurança
já bem estabelecido, que requer consideravelmente menos injeções do que
outras terapêuticas injetáveis”, afirma Sérgio Teixeira, Country
Director da Biogen Idec Portugal.
"Este é o segundo medicamento
que a Biogen Idec disponibiliza no mercado neste ano e nesta área
terapêutica, depois da aprovação de utilização do fumarato de dimetilo
em maio, o que vem sedimentar a liderança e o compromisso que a Biogen
tem vindo a demonstrar para com a comunidade de doentes com EM”.
A
Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crónica, muitas vezes
incapacitante, que ataca o sistema nervoso central, que é composto pelo
cérebro, medula espinal e nervos ópticos.
Os sintomas podem ser
ligeiros ou graves, variando desde formigueiros nos membros inferiores
até paralesia ou perda de visão. A progressão, gravidade e sintomas
específicos são imprevisíveis e variam de pessoa para pessoa. A EM
afecta cerca de 8.300 pessoas em Portugal. A Esclerose Múltipla
Surto-Remissão (EMSR) é a forma mais comum da doença, responsável por
cerca de 85% dos casos, e é caracterizada por surtos agudos com
recuperação total ou parcial com acumulação de incapacidade.
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