Portugueses descobrem no mar a solução para acabar com os microplásticos poluentes

Pode ser a chave para o grave problema ambiental dos microplásticos nos oceanos. Chama-se Zalerion maritimum e acaba de ser descoberta na Universidade de Aveiro (UA).
Trata-se de um fungo marítimo que não só consegue degradar o microplástico como o faz de forma rápida e eficiente. Esta é a primeira solução ecológica alguma vez descoberta para combater os plásticos nos oceanos já que ao otimizar-se o raro apetite do fungo recorre-se a uma solução oferecida pelo próprio mar.
Portugueses descobrem no mar a solução para erradicar os microplásticos
créditos: Universidade de Aveiro
Comum na costa portuguesa e com um habitat espalhado a vários oceanos do planeta, o estudo do apetite do Zalerion maritimum por microplásticos foi publicado no último número da revista Science of The Total Environment tendo sido destacado pelo editor como um verdadeiramente novo campo de investigação.
E os dados apresentados pelos investigadores do Departamento de Química (DQ) e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA não deixam margem para dúvidas: isolado em laboratório num ambiente em tudo semelhante ao do mar poluído com microplásticos, em sete dias o Zalerion maritimum consegue reduzir 77 por cento daquele material.
“As experiências foram efetuadas, em pequena escala, em reatores de 100 mililitros usando um volume de 50 mililitros de meio enriquecido com um mínimo de nutrientes e 0,130 gramas de microplásticos. Entre 7 a 15 dias foram removidos 0,100 gramas de microplásticos”, congratula-se Teresa Rocha Santos, a coordenadora do estudo.
Este trabalho deu os primeiros passos há um ano atrás pela mão de Ana Paço, então estudante finalista da Licenciatura em Biotecnologia da UA. Os investigadores do DQ e do CESAM, João Pinto da Costa e Armando Duarte, são outros dois membros de uma larga equipa envolvendo outras universidades e centros de Investigação que assinam igualmente este trabalho que é um primeiro passo rumo à biodegradação global dos microplásticos presentes nos oceanos.
Solução inédita num fungo quase desconhecido
“Este é sem dúvida o primeiro estudo a apresentar estratégias de biorremediação [processo que utiliza organismos vivos para reduzir ou remover contaminações no ambiente] de microplásticos. Portanto este trabalho pode ser considerado um primeiro passo e uma contribuição para a resolução deste problema”, apontam os investigadores.

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