Retratos do Japão
Carruagens especiais nos comboios para proteger mulheres
Os excelentes comboios japoneses têm carruagens reservadas para as mulheres. "Para não sermos apalpadas pelos tarados sexuais", diz uma japonesa.
Yoko Shimada, de 38 anos, é professora universitária em Osaka, vive numa vila dos arredores da belíssima cidade de Quioto e viaja nos confortáveis e ultra-rápidos comboios japoneses . Gasta diariamente quatro horas para fazer o percurso entre a casa e o trabalho, e vice-versa. Levanta-se todos os dias, às seis horas da manhã.
Aproveita o tempo da viagem para trabalhar numa tese de doutoramento sobre tecnologia e meio ambiente e confirma que, por vezes - "sobretudo quando os comboios estão sobrelotados nas zonas suburbanas", diz -, opta por viajar nas carruagens reservadas às mulheres. "Hà muitos 'chikan' (tarados sexuais) no Japão que aproveitam para nos assediar e apalpar nos comboios,", informa.
Reparei nestas carruagens especiais por acaso, numa viagem, na quarta-feira, entre Katsuura e Quioto (via Osaka), quando o revisor me informou que, por ser homem, não podia sentar-me onde pretendia. De facto, nessa carruagem apenas estavam mulheres, algumas delas com crianças.
Os japoneses viajam muito de comboio e são, aparentemente, de uma correcção incomparável. Por exemplo, quando pretendem falar ao telemóvel, nunca incomodam os vizinhos - levantam-se e vão para um local distante dos outros passageiros.
Quando estão sentados fazem três coisas - lêem livros, frequentemente bandas desenhadas (mangas), usam o telemóvel para lerem sms ou e-mails, ou dormem. Adormecem com muita facilidade e chegam a dormir de pé, muitas vezes encostados uns aos outros, nas horas de ponta. "Mas alguns fingem que dormem para se encostarem às mulheres!", explica Yoko com uma franca risada.
À noite, a professora confessa que escolhe quase sempre viajar nas carruagens especiais. Fez isso na quinta-feira, quando nos despedimos à meia-noite - 16 horas em Lisboa - depois de um fabuloso jantar de uma dezena de iguarias, em Quioto, que alguns consideram ser a capital da soberba gastronomia japonesa. "Vou mais descansada e assim posso dormir à vontade porque a viagem dura uma hora".
Aproveita o tempo da viagem para trabalhar numa tese de doutoramento sobre tecnologia e meio ambiente e confirma que, por vezes - "sobretudo quando os comboios estão sobrelotados nas zonas suburbanas", diz -, opta por viajar nas carruagens reservadas às mulheres. "Hà muitos 'chikan' (tarados sexuais) no Japão que aproveitam para nos assediar e apalpar nos comboios,", informa.
Reparei nestas carruagens especiais por acaso, numa viagem, na quarta-feira, entre Katsuura e Quioto (via Osaka), quando o revisor me informou que, por ser homem, não podia sentar-me onde pretendia. De facto, nessa carruagem apenas estavam mulheres, algumas delas com crianças.
Os japoneses viajam muito de comboio e são, aparentemente, de uma correcção incomparável. Por exemplo, quando pretendem falar ao telemóvel, nunca incomodam os vizinhos - levantam-se e vão para um local distante dos outros passageiros.
Quando estão sentados fazem três coisas - lêem livros, frequentemente bandas desenhadas (mangas), usam o telemóvel para lerem sms ou e-mails, ou dormem. Adormecem com muita facilidade e chegam a dormir de pé, muitas vezes encostados uns aos outros, nas horas de ponta. "Mas alguns fingem que dormem para se encostarem às mulheres!", explica Yoko com uma franca risada.
À noite, a professora confessa que escolhe quase sempre viajar nas carruagens especiais. Fez isso na quinta-feira, quando nos despedimos à meia-noite - 16 horas em Lisboa - depois de um fabuloso jantar de uma dezena de iguarias, em Quioto, que alguns consideram ser a capital da soberba gastronomia japonesa. "Vou mais descansada e assim posso dormir à vontade porque a viagem dura uma hora".
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