PÚBLICO

Presidente da Bolívia cancela projecto de auto-estrada na floresta amazónica

Rita Siza
A marcha indígena de mais de 600 quilómetros, desde a floresta amazónica até à capital da Bolívia, para contestar a construção de uma auto-estrada em terrenos da sua reserva natural, teve final feliz para os manifestantes, com o Presidente Evo Morales a anunciar o cancelamento do projecto.Os indígenas, que tinham sido recebidos de forma apoteótica em La Paz, com milhares de pessoas na rua em solidariedade com o seu protesto, estavam acampados há dois dias na Praça das Armas quando lhes chegou um recado do Presidente. “O assunto está resolvido”, garantiu Morales.
A notícia voltou a levantar a capital numa onda de celebração, com bandeiras, músicas e cartazes a assinalar a vitória dos “heróis” do Território Indígena do Parque Nacional Isidoro Sécuro, entretanto baptizados pela imprensa como os “marchistas de Tipnis” (TIPNIS é o acrónimo pelo qual é conhecido o parque).
Dessa zona remota, em plena floresta amazónica, partiram cerca de dois mil manifestantes, que caminharam durante 65 dias para fazer chegar directamente ao Presidente Evo Morales a sua mensagem de oposição à construção daquela infraestrutura que, alegam, arruinará o seu habitat e o seu modo de vida.
A opinião de Morales era a oposta: a nova estrada permitiria o desenvolvimento económico e a integração regional, logo a melhoria das condições de vida das comunidades indígenas, como repetiu em defesa do projecto.

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