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Vida
Paris quer proibição de milho transgénico na UE caso se confirme estudo alarmante
Reuters
O primeiro-ministro francês anunciou hoje que a França defenderá a proibição de milho transgénico "a nível europeu", caso se confirmem as conclusões de um estudo que associa milho transgénico ao aparecimento de grandes tumores em ratos.
"A publicação de um estudo por investigadores franceses que põe
gravemente em causa a inocuidade a longo prazo do milho trangénico NK
603 provocou o alerta imediato da agência de segurança sanitária e da
autoridade europeia de segurança dos alimentos", disse Jean-Marc Ayrault
num discurso em Dijon.
O chefe do governo francês adiantou ter pedido um processo rápido que
permita, "em algumas semanas", verificar a validade científica deste
estudo.
"Se os resultados forem conclusivos, (o ministro francês da
Agricultura) Stéphane Le Foll defendera a nível europeu a proibição
destes OGM) organismos geneticamente modificados)", assegurou.
O estudo, realizado por investigadores da universidade de Caen ao
longo de dois anos, partiu de uma amostra de 200 ratos, alguns dos quais
foram alimentados com água e milho NK 603, uma variedade transgénica do
grupo norte-americano Monsanto, enquanto o grupo de controlo recebeu
milho convencional.
Depois da experiência, os cientistas concluíram que os ratos
alimentados com o milho geneticamente modificado tinham uma maior taxa
de mortalidade (duas a três vezes superior, no caso das fêmeas) e
desenvolviam grandes tumores.
Além disso, concluíram os investigadores, quanto maior é a
concentração desse milho na dieta dos animais, maior a taxa de
mortalidade.
Os investigadores sublinharam que a duração do estudo, de dois anos, é
superior aos três meses que a Monsanto tomou como referência para
apresentar as conclusões ao pedir a autorização de comercialização do
produto.
Um dos autores do estudo, Jel Spiroux, sublinhou mesmo que foi a
partir do quarto mês que começou a registar-se o aumento das taxas de
mortalidade e dos tumores.
O milho em causa não pode ser produzido na Europa, mas pode ser importado para consumo humano e animal desde 2004.
Lusa
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