Investigadores de Coimbra desenvolvem vacina oral para a hepatite B
Novo medicamento também beneficia pessoas já infetadas por doença
Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveram uma
vacina oral para a hepatite B, “mais eficaz e potencialmente mais
estável” que a vacina injetável, anunciou hoje a instituição.
A vacina oral para a hepatite B, descoberta por uma equipa de cinco investigadores do Centro de Neurociências (CNC) e da Faculdade de Farmácia da UC (FFUC), “já foi testada ‘in vivo’ (em ratinhos) com sucesso”, adianta uma nota da reitoria da Universidade.
A vacina oral para a hepatite B, descoberta por uma equipa de cinco investigadores do Centro de Neurociências (CNC) e da Faculdade de Farmácia da UC (FFUC), “já foi testada ‘in vivo’ (em ratinhos) com sucesso”, adianta uma nota da reitoria da Universidade.
A nova vacina, “ao contrário daquela que já está no mercado – que
não produz anticorpos específicos ao nível da mucosa” –, induz o
desenvolvimento de “uma elevada concentração de anticorpos, que travam a
entrada do vírus” no organismo, afirma à agência Lusa Olga Borges,
docente da FFUC e coordenadora da investigação.
“Esta é uma grande vantagem”, pois “a hepatite B é uma doença sexualmente transmitida (principal meio de contágio da doença nos países desenvolvidos) ”, recorda a especialista, salientando que o novo medicamento “combate o vírus na porta de entrada do organismo”, impedindo a sua introdução na circulação sanguínea.
“Esta é uma grande vantagem”, pois “a hepatite B é uma doença sexualmente transmitida (principal meio de contágio da doença nos países desenvolvidos) ”, recorda a especialista, salientando que o novo medicamento “combate o vírus na porta de entrada do organismo”, impedindo a sua introdução na circulação sanguínea.
Os investigadores acreditam que a nova vacina também poderá ter
benefícios para quem já está infetado pela hepatite B, adianta Olga
Borges, advertindo, no entanto, que esta hipótese só poderá ser validade
com ensaios clínicos.
Além do conforto que representa para o doente, a nova vacina apresenta outras “claras vantagens”, em relação às vacinas injetáveis, designadamente, no “plano social e económico, sobretudo nos países em desenvolvimento”, refere a investigadora da FFUC.
Além do conforto que representa para o doente, a nova vacina apresenta outras “claras vantagens”, em relação às vacinas injetáveis, designadamente, no “plano social e económico, sobretudo nos países em desenvolvimento”, refere a investigadora da FFUC.
A administração da nova vacina dispensa pessoal técnico e não
exige, para a sua conservação, cadeias de frio, meio que aqueles países
nem sempre podem disponibilizar para garantir as propriedades da vacina,
que, frequentemente, já está deteriorada quando é administrada.
“As vacinas orais são mais estáveis, permitindo, por isso, uma vacinação mais efetiva”, afirma Olga Borges.
“As vacinas orais são mais estáveis, permitindo, por isso, uma vacinação mais efetiva”, afirma Olga Borges.
Resultado de “quase uma década de trabalho científico, financiado
pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela
GlaxoSmithKline”, a nova vacina “vai ao encontro dos objetivos da OMS
[Organização Mundial de Saúde], que a aposta no desenvolvimento de
vacinas mais eficazes, mais baratas, mais estáveis e de mais fácil
administração”, sublinha a docente da FFUC.
“Do ponto de vista científico, o trabalho está concluído”, mas a comercialização da vacina oral para a hepatite B “depende do interesse da indústria”, adianta a investigadora, lembrando que “o próximo passo será a transposição para os ensaios clínicos”.
“Do ponto de vista científico, o trabalho está concluído”, mas a comercialização da vacina oral para a hepatite B “depende do interesse da indústria”, adianta a investigadora, lembrando que “o próximo passo será a transposição para os ensaios clínicos”.
Se a indústria farmacêutica se interessar, desde já, pelo projeto
e se o processo se “desenvolver normalmente”, o novo medicamento poderá
estar no mercado “dentro de pouco mais de dois anos”, admite Olga
Borges.
A hepatite B, “a mais perigosa das hepatites”, é, segundo dados da OMS, responsável pela morte de 600 mil pessoas por ano, em todo o mundo.
A hepatite B, “a mais perigosa das hepatites”, é, segundo dados da OMS, responsável pela morte de 600 mil pessoas por ano, em todo o mundo.
5 de novembro de 2012
@Lusa
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