Sapo Saúde
Investigadores da Universidade de Aveiro produzem coroas dentárias mais baratas e resistentes
O segredo está nos ingredientes usados e na forma como são processados
Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA)
desenvolveu um novo material para o fabrico de coroas dentárias mais
barato e resistente do que os utilizados atualmente, informou hoje a
instituição.
"O novo material, igualmente produzido a partir da cristalização
controlada de compostos vítreos, além de abrir as portas à descida dos
preços na hora de recompor os dentes, já que tem um processo de produção
simplificado, bate na qualidade as coroas dentárias que os dentistas
têm hoje à disposição", refere uma nota da UA.
Segundo os investigadores, o segredo está nos ingredientes usados e na forma como são processados.
"O material vitrocerâmico que desenvolvemos tem menos
componentes, nomeadamente no que diz respeito aos óxidos, e resulta do
tratamento térmico que apurámos", explica José Maria Ferreira,
responsável pelo Grupo de Processamento de Materiais Avançados do
Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica.
O investigador assegura que o material vitrocerâmico desenvolvido
pela academia de Aveiro "é mais barato, por ser mais simples de
fabricar", e "tem um desempenho superior" ao material usado atualmente
nas coroas dentárias.
"Testámos as composições dos materiais vitrocerâmicos que estão
no mercado, processámo-las da mesma maneira que os nossos e os
resultados ficaram aquém dos resultados obtidos nas nossas composições",
aponta José Maria Ferreira.
Produzidos a partir da cristalização controlada de materiais
vítreos, através de um tratamento térmico a altas temperaturas, os
vitrocerâmicos à base de dissilicato de lítio estão entre os produtos
mais usados em aplicações dentárias.
A utilização desse ingrediente deve-se à sua dureza e a elasticidade, muito semelhantes ao dente humano.
"A dureza dos materiais para fabricar as coroas dentárias deve
ser muito semelhante à que existe nos nossos dentes, caso contrário, se
for muito mais duro, vai desgastá-los", explica o investigador.
O processamento do material está no segredo do laboratório e
promete, no futuro, trazer outras aplicações para além das coroas
dentárias.
Atualmente, o Grupo de Processamento de Materiais Avançados da UA
está a estudar o uso deste material em proteções balísticas à base de
materiais vitrocerâmicos.
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