Nicole e Theresa
querem mudar a ideia de beleza no Miss America
PÚBLICO -13/09/2013
No próximo
domingo, o famoso concurso de beleza vai escolher a mulher mais bonita dos
Estados Unidos.
Nicole Kelly
nasceu sem o antebraço esquerdo. A deficiência física nunca foi uma limitação
para a jovem e no próximo domingo não a impedirá de lutar pelo título da mulher
mais bonita nos Estados Unidos pelo estado do Iowa. No Kansas, outra
norte-americana quer quebrar as regras tradicionais de beleza do evento.
Theresa Vail vai exibir as suas tatuagens no desfile em biquini. Miss América
2014 é o título que querem receber as duas jovens de 23 anos.
Numa entrevista, citada pelo Huffington Post,
Nicole diz que não quer ficar conhecida pela sua deficiência. “Não estou aqui
porque sou diferente mas porque tenho a inteligência, a capacidade e tudo o que
uma Miss América deve ter”. “Estou orgulhosa por representar aqueles que são
diferentes, mas também pelo que podem fazer e como podem celebrá-lo”, continua
a jovem do Iowa.
Nicole é nova nas andanças dos concursos de beleza mas
rapidamente foi chegando ao primeiro lugar das competições. A primeira
experiência aconteceu em Janeiro e a mais recente deu-lhe o título de Miss
Iowa. Antes das eleições de mulher mais bonita, licenciou-se em Direcção e
Gestão de Teatro pela Universidade de Nebraska-Lincoln e estagiou em teatros em
Chicago ou Nova Iorque. Os estágios resultaram num emprego como responsável
pelo acompanhamento das crianças que representaram na peça "The Assembled
Parties”, na Broadway, conta o Huffington Post.
Com a vitória no concurso Miss America espera
conseguir o trabalho que ambiciona, a gestão de um teatro.
Nicole não é a primeira norte-americana com uma
deficiência física a concorrer ao Miss América, nem seria a primeira a receber
o título caso ganhasse no domingo. Em 1995, Heather Whitestone, do Alabama, foi
eleita a mulher mais bonita dos Estados Unidos e usava um aparelho de som por
ter uma deficiência auditiva
Militar, pugilista e tatuada
Na edição de 2013, há ainda a sargento Theresa Vail,
do Kansas. É a segunda militar a concorrer ao título na história do Miss
América, que este ano decorre no Boardwalk Hall, em Atlantic City, mas será a
primeira a fazê-lo com tatuagens: uma com a insígnia do U.S. Army Dental Corps
e outra com a Oração da Serenidade.
Hábil utilizadora de M16 enquanto militar, pugilista,
mecânica, explica à revista People o porquê de desafiar os estereótipos
de beleza até aqui impostos pela maioria dos concursos de beleza. Theresa diz
que quer ajudar as mulheres a superarem os estereótipos e quebrar barreiras.
“Que hipócrita seria se cobrisse as minhas tatuagens. Como dizer a outras
mulheres a serem destemidas e verdadeiras com elas próprias se não consigo
fazer o mesmo?”.
À People
sublinha que “ninguém espera que uma mulher soldado seja uma rainha de beleza”.
“Mas eu só quero quebrar estereótipos”, reforça. “Fui alvo de bullying
quando era criança. Foi tão complicado que quase ponderei o suicídio”, lembra a
jovem. “Sei que muitas jovens olham para as candidatas a concursos de beleza e
pensam ‘Que vida perfeita têm’. Mas quero que saibam que não tive uma vida
perfeita. E que a beleza vem de dentro”.
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