PÚBLICO
Alzheimer
Dois arquitectos criam aldeia para doentes de Alzheimer
O conceito combina a invenção de uma vila (bem diferente de um lar) que possibilita que os residentes com Alzheimer vivam com a mínima medicação possível num ambiente seguro
Texto de
Bruna Cunha •
A Holanda foi pioneira num projecto que consiste na
criação de um bairro para doentes de Alzheimer. O objectivo é fazer com
que estas pessoas levem uma vida o mais normal possivel — os habitantes
acabam mesmo por achar que moram numa vila como todas as outras. A ideia
consiste na criação de um bairro onde os "pacientes" possam viver de
forma segura. Isto porque o bairro, criado apenas com o propósito de
albergar estes doentes, tem uma equipa de auxiliares que os ajudam em
tarefas diárias e está equipada com supermercados e espaços de lazer.
As diferenças do "Dementiaville" para
qualquer outro bairro acabam por ser poucas. Há um supermercado,
cinema, barbeiro e mais de 30 clubes sociais. Este conceito inovador foi
criado por Frank van Dillen e Michael Bol, dois arquitectos que têm
desenvolvido vários edifícios na zona.
O objectivo desta contrução é assegurar que as pessoas possam ter as
condições necessárias para fazerem o seu dia-a-dia da forma mais normal
possível e, assim, afastarem-se da ideia dos lares que acabam por isolar
os pacientes que lá vivem.
Os fundadores da ideia deixam que os moradores decidam os seus
horários e rotinas – planeiam as compras e refeições em conjunto. Podem
pintar, jogar e passear em jardins realistas.
O espaço está equipado de forma a assegurar o conforto e segurança de
todos os pacientes. De tal forma que a ideia foi nomeada para o “Hedy d’Ancona Award”.
O prémio tem como objectivo premiar edifícios onde a arquitectura ajuda
a assegurar cuidados de saúde com um ambiente acolhedor em termos de
design urbano, de interiores e envolvência geral de espaços exteriores e
interiores.
A “Mahal Cielo Village”
vai ser inaugurada em breve nos EUA. A ideia é semelhante à já
existente – tratar os doentes com perturbações mentais, como o
Alzheimer, com a dignidade que merecem.
Comentários