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Cientistas espanhóis desenvolvem nova técnica que permite deteção de enfartes
Daniel Ochoa de Olza / AP (Arquivo)
Cientistas espanhóis desenvolveram uma técnica que analisa, por ressonância magnética nuclear, as partículas de sangue que contêm colesterol, triglicerídeos e outros lípidos, conhecidos como lipoproteínas, num método que possibilita detetar um enfarte.
Esta investigação é um dos temas que concentra o interesse dos 400
cientistas que participam no XXVIII Congresso Nacional da Sociedade
Espanhola de Arteriosclerose, a decorrer desde terça-feira em Logronho,
Espanha, e que termina na sexta-feira.
Segundo Luis Masana, catedrático de medicina na Universidade Rovira e
Virgili, de Tarragona, esta nova técnica apresenta "muitas vantagens" no
que diz respeito aos parâmetros utilizados atualmente pelos médicos
para caracterizar o risco de enfarte ou cardiovascular dos pacientes,
noticia a agência Efe.
Luis Masana
afirmou que esta tecnologia, que possibilita mais do que a simples
medição do colesterol, estava implantada há muitos anos no Japão e em
Nova Iorque, mas que agora foi melhorada do ponto de vista tecnológico.
O colesterol, afirmou Luis Masana, "não depende só das suas
concentrações, mas também da forma como se agrega ao plasma", orginando
as lipoproteínas, que "podem variar em tamanho, concentração e forma",
acrescentando que, "até agora não era possível determinar estas
particularidades" e que com esta nova técnica obtem-se uma visão mais
ampla e, sobretudo, melhoria da deteção do risco cardiovascular num
paciente.
Durante o congresso, Masana,
destacou ainda a oportunidade que os médicos têm de utilizar esta
técnica, que "não é excessivamente cara", é muito prática e dá uma
imagem clara do que ocorre com a gordura do sangue.
Durante o congresso trataram-se diferentes aspetos relacionados com a
arteriosclerose, que se origina quando o excesso de colesterol que
circula no sangue tende a depositar-se nas paredes das artérias,
explicou à Efe o presidente do comité organizador deste encontro
científico, Ángel Bre, referindo que, em função da localização das
artérias afetadas, esta doença origina variados problemas, como, por
exemplo, anginas de peito, enfartes do miocárdio, tromboses cerebrais,
doença arterial periférica, aneurisma aórticos, isquemia intestinal,
entre outros.
Este conjunto de processos domina-se doenças cardiovasculares ateroscleróticas.
A Organização Mundial de Saúde estima que 4,4 milhões morram no mundo por ter níveis de colesterol total elevados.
Lusa
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