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Propriedades de “Eliminação Inteligente de Células Cancerosas” da Cúrcuma Colocam a Quimioterapia e a Radiação no Chinelo
Um novo estudo inovador publicado na revista Anticancer Research
revela que um dos mais extensivamente pesquisados e promissores
compostos naturais do mundo para tratamento do câncer, o polifenol
primário da antiga especiaria conhecida como curcumina, tem a capacidade
de alvejar seletivamente as células-tronco do câncer, as quais são a raiz da malignidade do câncer,
apesar de terem pouca ou nenhuma toxicidade sobre as células-tronco
normais, as quais são essenciais para a regeneração de tecidos e
longevidade.
Intitulado “A curcumina e as células estaminais do câncer: A curcumina tem efeitos assimétricos sobre o Câncer e as Células-Tronco normais“, o estudo descreve a vasta gama de mecanismos moleculares identificados atualmente pelos quais a curcumina ataca as células-tronco cancerosas (CSCs),
que são a minoria da subpopulação de células de auto-renovação dentro
de uma colônia do tumor, e que por si só são capazes de produzir todas
as outras células dentro de um tumor, tornando-as mais letais de todas
as células dentro da maioria, se não de todos os tipos de câncer. Devido
as CSCs serem resistentes à quimioterapia, radiação, e podem até estar
originando o aumento da capacidade de invasão por meio de intervenção
cirúrgica, acredita-se que elas são amplamente responsáveis pela recorrência do tumor e do fracasso do tratamento convencional.
O estudo identificou os oito seguintes mecanismos moleculares pelos quais a curcumina ataca e mata as células tronco do câncer:
* A sub-regulação de interleucina-6 (IL-6): A
IL-6 é uma citocina classificada como (uma potente biomolécula
liberada pelo sistema imunitário) e modula tanto a imunidade e quanto a
inflamação. Sua super-expressão tem sido associada com a progressão da
inflamação do câncer. A curcumina inibe a liberação de IL-6, que por sua
vez impede a estimulação da CSC.
* A sub-regulação de interleucina-8 (IL-8):
A IL-8, uma outra citocina, é liberada após a morte das células do
tumor, estimulando subsequentemente as CSCs a recomporem o tumor e a
resistir à quimioterapia. A curcumina inibe tanto direta como
indiretamente a produção de IL-8.
* A sub-regulação de interleucina-1 (IL-1): A
IL-1, uma família das citocinas, está envolvida na resposta à lesão e
infecção, com a IL-1 β desempenhando um papel chave no crescimento de
células cancerosas e estimulação da CSCs. A curcumina inibe a IL-1,
tanto direta como indiretamente.
* Diminui a ligação entre CXCR1 e CXCR2: A
CXCR1 e CXCR2 são proteínas expressas nas células, incluindo a CSCs, as
quais respondem às citocinas acima mencionadas de um modo prejudicial.
Se descobriu que a curcumina não só para bloqueou a liberação de
citocinas, mas também sua ligação com estes dois alvos celulares.
* A modulação da via de sinalização Wnt:
A via de sinalização Wnt regula uma grande variedade de processos
durante o desenvolvimento embrionário, mas também é desreguladora em
relação ao câncer. A curcumina foi encontrada por ter uma ação corretiva
sobre a sinalização Wnt.
* Modulação da via de sinalização Notch:
A via de sinalização Notch, também envolvida na embriogênese,
desempenha um papel fundamental na regulação da diferenciação celular,
proliferação e morte celular programada (apoptose), bem como o
funcionamento de células tronco normais. A sinalização Notch anormal tem
sido implicada em uma ampla gama de cânceres. Se descobriu que
a curcumina suprime as células tumorais ao longo da sinalização Notch.
* Modulação das vias Hedgehog:
Outra via envolvida na embriogênese, a via Hedgehog também regula a
atividade das células-tronco normais. O funcionamento anormal desta via
está implicado em uma ampla variedade de cânceres e na estimulação de
CSCs e aumentos associados de recorrência do tumor após o tratamento
convencional. A curcumina foi encontrada por inibir a via Hedgehog
através de uma série de diferentes mecanismos.
* Modulação da via FAK/AKT/FOXo3A: Esta
via desempenha um papel fundamental na regulação de células estaminais
normais, com sinalização de estímulos de CSCs anormais, resultando mais
uma vez em recorrência tumoral e resistência à quimioterapia. A
curcumina foi encontrada em vários estudos por destruir as CSCs através
da inibição desta via.
Como você pode ver através destes oito exemplos acima, a curcumina
apresenta um nível bastante profundo de complexidade, modulando
numerosas vias moleculares simultaneamente. A quimioterapia citotóxica
convencional é incapaz de tal comportamento delicado e “inteligente”,
uma vez que, preferencialmente, tem como alvo as células de reprodução
rápida, danificando o seu DNA na fase vulnerável de mitose da divisão
celular, independentemente do fato de serem benignas, saudáveis ou
células cancerosas. A citotoxicidade seletiva de curcumina, por outro
lado, tem como alvo as células mais perigosas – as células-tronco do
câncer – as quais deixam ilesas as células normais, conforme nós vamos
agora aprender mais sobre isso, abaixo.
Curcumina e as células-tronco normais
A células-tronco normais (NSCs) são essenciais para a saúde, porque
elas são responsáveis por se diferenciarem das células normais que são
necessárias para substituir as danificadas ou doentes. Se a curcumina
foss matar as células normais, como a radiação e a quimioterapia, ela
não representaria uma alternativa atraente a estes tratamentos. O estudo
abordou este ponto:
“A segurança da curcumina foi estabelecida há muito tempo, visto
que tem sido utilizada por séculos como uma especiaria dietética. A
questão surge por que a curcumina não parece ter os mesmos efeitos
prejudiciais sobre as células-tronco normais (NSCs) como faz sobre as
CSCs. Há várias razões possíveis da curcumina ter efeitos tóxicos sobre
as CSCs, embora poupe as NSCs.”
O estudo ofereceu três explicações possíveis para o diferencial da curcumina ou sua citotoxicidade seletiva:
* As células malignas recebem muito mais curcumina do que as células normais.
* A curcumina altera o microambiente das células de tal maneira que é desfavorável para as CSCs e benéfico para as NSCs.
* A curcumina pode não atacar diretamente as CSCs, mas pode incentivá-las a se diferenciar em células não-letais, mais benignas.
Considerações finais
Este estudo acrescenta apoio crescente à ideia de que, as substâncias
naturais seguras e testadas são superiores às sintéticas. Dada a
evidência de que uma alternativa segura e eficaz pode já existir, a
quimioterapia, a radioterapia e até mesmo cirurgia podem já não ser justificadas como o padrão de primeira linha de cuidados para o tratamento do câncer. De fato, um conjunto significativo de provas implicam agora que estes tratamentos agravam o prognóstico, e em alguns casos conduzem o enriquecimento de células-tronco tumorais em tumores. A radioterapia, por exemplo, tem sido encontrada por
induzir as células-tronco cancerosas em células de câncer de mama,
aumentando essencialmente sua malignidade e tumorigenicidade em 30 vezes.
Este é quase o progresso quando se considera o papel que as CSCs
desempenham, especialmente em termos de contribuição para o
pós-tratamento de cânceres secundários.
A cúrcuma e seus componentes, é claro, não são fármacos aprovados pela FDA [ou ANVISA], e, por definição, a FDA não permitirá que uma substância natural ou sintética não aprovada,
previna, trate, diagnostique ou cure uma doença. Isso significa que
você não vai estar vendo ela ser oferecida por um oncologista como uma
alternativa à quimioterapia ou radioterapia em um futuro próximo. Isto
não significa, no entanto, que ela não funcione. Reunimos mais de 1500
citações do banco de dados bibliográficos da Biblioteca Nacional de
Medicina MEDLINE, acessível através do site pubmed.gov, e que podem ser
vistos em nosso banco de dados aqui: Pesquisa sobre a Cúrcuma (em
inglês), mostrando que a curcumina e componentes relacionados possuem
uma atividade significativa anti-câncer. Eu também discuto este
conceito em minha palestra, Food As Medicine Rebooted (em inglês), que
você pode assistir abaixo:
Naturalmente, a questão não é esperar até que alguém tenha tal
problema grave de saúde e que tomando doses heroicas de especiarias ou
ervas torne-se o foco. É importante lembrar que as culturas antigas
usavam especiarias como a cúrcuma, principalmente em doses culinárias,
como parte de suas práticas alimentares. Estas quantidades menores,
distribuídas principalmente como essências de alimentos integrais,
provavelmente constituíram estratégias preventivas eficazes – talvez
evitando a necessidade de uma intervenção radical heroica mais tarde na
vida.
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