(dr) Monash University
Um investigador analisa a reacção à água de diferentes derivados de grafeno
Um novo tipo de filtro de grafeno desenvolvido por
investigadores da Universidade Monash, na Austrália, e da Universidade
de Kentucky, nos EUA, pode garantir acesso a água limpa e segura, e
tornar-se a chave para gerir a crise mundial da água.
O novo filtro de grafeno permite que a água e outros líquidos sejam
filtrados até nove vezes mais rapidamente do que com os actuais filtros
comerciais.
A falta de acesso a água limpa e segura é um dos maiores riscos para a sociedade na próxima década.
No entanto, este premente risco ambiental poderia ser mitigado com desenvolvimento deste filtro de grafeno, cuja resistência e estabilidade
permite o seu uso por períodos prolongados, em ambientes corrosivos, e
com menos manutenção do que os outros filtros disponíveis no mercado.
De acordo com o professor Mainak Majumder, investigador da Universidade de Monash, a chave para o novo filtro foi desenvolver uma forma viscosa de óxido de grafeno.
“Esta técnica cria um arranjo uniforme no grafeno, e a uniformidade
dá aos nossos filtros propriedades especiais”, explica o cientista,
citado pela Phys.org.
O produto pode filtrar qualquer partícula que seja maior do que um
nanómetro, ou seja, cerca de 100.000 vezes menor do que a largura de um
cabelo humano.
Os filtros de grafeno podem ser produzidos muito mais rapidamente e
em tamanhos maiores, o que é crítico para aplicações comerciais.
A técnica poderia ser usada para filtrar produtos químicos, vírus,
bactérias e toda uma variedade de líquidos, podendo ser usada para purificar água, produtos lácteos ou vinho, ou na fabrico de produtos farmacêuticos.
O revolucionário grafeno é uma estrutura de átomos de carbono tão fina que é considerada bidimensional. É considerado um “material maravilha”, por causa das suas características incríveis e da variedade das suas potenciais aplicações.
Esta é a primeira vez que um filtro de grafeno é produzido em escala
industrial, um problema que preocupava a comunidade científica
internacional.
Os resultados do estudo foram publicados a semana passada na revista Nature.
“Tem sido uma corrida para ver quem consegue desenvolver primeiro
esta tecnologia, porque até agora os filtros de grafeno só podiam ser
usados em pequena escala em laboratório”, diz Abozar Akbari, um dos
investigadores envolvidos no estudo.
O próximo passo é agora patentear o produto e testá-lo contra contaminantes particulares.
ZAP / HypeScience
Comentários