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Proteína do Leite Materno Pode Combater as Bactérias Resistentes a Antibióticos
A menos que encontremos uma solução, a OMS
diz que as infecções comuns e as doenças curáveis, como a tuberculose e
a gonorreia podem tornar-se mortais mais uma vez. Apesar das repetidas
advertências, os médicos mantêm o excesso de prescrição de antibióticos,
e os agricultores desnecessariamente alimentam o gado com antibióticos
para promover o crescimento e prevenir doenças.
Todos os anos, milhares de pessoas morrem de infecções por
superbactérias intratáveis. Mas há esperança. Um grupo de pesquisadores
do Laboratório Nacional de Física da University College London
descobriram uma proteína particular no leite materno humano, que pode
ser a solução para as bactérias resistentes aos medicamentos.
Antibiótico do leite materno
O novo estudo,
publicado na revista Chemical Science, é uma continuação de sua
pesquisa anterior analisando como o leite materno ajuda os bebês a
combaterem as infecções. Há muito se sabe que o leite materno é vital
para a saúde dos recém-nascidos. Estudos anteriores demonstraram que as
crianças amamentadas beneficiam-se de uma camada extra de proteção
contra as doenças durante os primeiros meses cruciais de suas vidas
frágeis.
Os autores do estudo identificaram um fragmento da proteína chamada
lactoferrina no leite materno que pode destruir com sucesso as bactérias
resistentes aos medicamentos, fungos e até mesmo vírus ao entrar em
contato. A lactoferrina é um fragmento minúsculo que torna o leite
materno vital para impulsionar a imunidade e a saúde do seu pequeno.
Conforme relatado pela Tech Times, desde os anos 1960, os cientistas
sabem sobre a existência da lactoferrina, mas é somente agora que eles
aperfeiçoaram-se sobre as propriedades da proteína e a reconstruíram
para torná-la mais eficaz.
A lactoferrina é muito melhor que apenas um outro antibiótico para matar as superbactérias
Segundo os pesquisadores, a proteína pode identificar, atacar e
destruir os patógenos em uma fração de segundo, o que torna quase
impossível para as bactérias construírem resistência.
Para dar poderes à lactoferrina, a equipe de pesquisadores
manipularam a proteína isolada em uma cápsula semelhante a um vírus, a
qual é capaz de atingir uma bactéria específica e matá-la ao entrar em
contato, sem prejudicar as células hospedeiras humanas.
Para monitorar a atividade da cápsula em tempo real, Hasan Alkassem –
um dos líderes do estudo – e seus colegas desenvolveram uma nova
técnica de medição de alta velocidade usando a microscopia de força
atômica. Eles descobriram que a lactoferrina pode matar as bactérias ao
entrar em contato perfurando buracos em suas membranas celulares de
proteção à velocidade da bala.
“O desafio não era apenas ver as cápsulas, mas seguir seu ataque
às membranas bacterianas. O resultado foi impressionante: as cápsulas
agiram como projéteis perfurando as membranas com velocidade e
eficiência de uma bala“, disse Alkassem.
Enquanto os seus resultados parecem promissores e poderiam significar
o fim da era das bactérias resistentes aos medicamentos, pode levar
mais alguns anos antes de os médicos serem capazes de prescrever esta
proteína poderosa que pode ser encontrada no leite materno, lágrimas,
saliva e secreções nasais humanas.
É necessário mais pesquisa para se certificar de que a proteína não é
perigosa, no entanto, Alkassem e sua equipe estão esperançosos. Eles
acreditam que a lactoferrina pode um dia ser usada para derrotar as
superbactérias. Além disso, eles especulam que esta nova técnica poderia
fornecer veículos de entrega para outros medicamentos para tratar
doenças incuráveis, como a anemia falciforme.
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