Correio da Manhã

Hospital St. Marta: Oito intervenções desde Janeiro

Tratamento evita operar coração

O que até há pouco tempo só se solucionava com uma complexa operação ao coração pode agora ser resolvido com uma simples intervenção (cateterismo) sem anestesia geral. O médico António Fiarresga, de 35 anos, é o responsável pela introdução em Portugal desta técnica para combater a cardiomiopatia hipertrófica, a doença cardíaca congénita mais frequente.

O cardiologista do Hospital de Santa Marta (Lisboa) realizou a primeira intervenção no País em Janeiro e, desde então, fez mais sete. "Doentes que não davam dois passos sem sentir grande fadiga podem passar a ter uma vida normal", afirma o clínico, que aprendeu o procedimento na Alemanha com Lothar Faber, pioneiro desta técnica.

Estes doentes apresentam um espessamento do músculo cardíaco e quase metade tem uma obstrução à saída do sangue do coração, que provoca cansaço extremo ou dor no peito. Esta forma é chamada cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva. Quando a medicação não resultava, a única solução era operar para remover parte do músculo cardíaco.

O novo procedimento denomina-se Ablação Alcoólica do Septo. Um cateter é introduzido na artéria na zona da anca e empurrado até ao coração. "As artérias são como auto-estradas", diz o clínico. Depois é preciso "identificar a artéria do coração que alimenta a zona do músculo que está espessada e injectar aí uma substância alcoólica, que provoca a morte das células do músculo, que fica mais fino, removendo a obstrução". A técnica tem dez anos, mas agora é mais fácil identificar a artéria com soluções de contraste. Cada uma das oito intervenções durou uma hora e não houve complicações.

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