DN Cardiologia

Angiopatia inovadora vai utilizar stents bioabsorvíveis

por Lusa

O chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital de S. João, Porto, revelou hoje à Lusa que nos próximos dois anos a intervenção para o desentupimento de artérias deverá sofrer "uma autentica revolução", com a entrada no mercado de um novo mecanismo capaz de ser absorvido pelo organismo.

"São os chamados stents bioabsorvíveis, que já foram testados em humanos e deverão começar a ser comercializados dentro de dois anos", disse João Carlos Silva.

Ao contrário do que acontece actualmente em que os stents metálicos (pequenas próteses), colocados no decorrer de uma angioplastia coronária, "ficam para a vida", o novo stent construído em material absorvível, "dissolve-se ao fim de nove meses a um ano".

Uma angiolastia é um procedimento médico que dilata a artéria coronária estreitada ou obstruída, devido à acumulação de "placas" (colesterol ou outras substâncias gordas), permitindo o retorno do fluxo normal de sangue. Quando a artéria está entupida, o coração não recebe oxigénio e sangue suficientes, causando dor torácica. Se a artéria ficar completamente bloqueada, geralmente por um coágulo sanguíneo, o oxigénio não consegue chegar ao coração, o que pode resultar num ataque cardíaco ou em lesões para o tecido cardíaco.

Existem três tipos de angioplastia coronária. O primeiro consiste na colocação de um tipo de rede em forma de balão que é insuflável e dilata a parte estreitada, o segundo é a colocação de um stent (espécie de mola) que garante a passagem do sangue e o último é também um stent, mas com libertação de medicamentos.

Este stent farmacológico (técnica mais moderna) funciona de forma muito semelhante, mas liberta uma medicação de forma controlada ao longo do tempo para ajudar a impedir que a artéria fique novamente bloqueada após a intervenção de colocação do stent.

O procedimento consiste na introdução de um cateter pela coronária - pela virilha ou braço - até o local obstruído pela placa de gordura.