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Escolinha de Rugby da Galiza: O que é que o rugby tem a ver com integração social?

No filme "Invictus" contava-se como Mandela encontrou no rugby a fórmula para unir uma nação. O atelier de tempos livres da freguesia da Galiza, em São João do Estoril, bisou a fórmula, desta vez com crianças e jovens de comunidades problemáticas. É uma das histórias que hoje vai subir ao palco no Congresso de Empreendedorismo Social do IES.

O relógio marcava 18h00 e fazia um frio de rachar, mas nem assim os jogadores faltaram ao treino.

Desde 2006 que a Escolinha de Rugby da Galiza integra crianças em risco através do desporto, em concreto a prática de rugby.

“Aqui sentem que fazem parte de uma equipa onde podem confrontar-se de igual para igual, convivendo com crianças de outras comunidades, Maria Gaivão, presidente do ATL, para quem "além de um projecto de desporto a Escolinha é uma forma das crianças e adolescentes se sentirem bem".

Ao todo a Escolinha de Rugby da Galiza tem 140 atletas, com idades compreendidas entre os 3 e os 25 anos. Treinam três vezes por semana e já participaram em 80 torneios. “Já formámos 173 jogadores, 13 estão no Belenenses e 9 jogam em equipas regionais”, contabiliza Maria Gaivão.

De 2006 até 2010, 133 voluntários e 16 instituições trabalharam para colocar o projecto de pé e o fazer crescer. As ajudas vieram desde o Banco Alimentar, que contribui com um lanchinho diário, ao apoio escolar com salas de estudo onde 93 jogadores são apoiados por explicadores voluntários. Com resultados: “80% dos nossos jogadores passaram de ano”, afirma, satisfeita, Maria Gaivão.

Um dos segredos do sucesso talvez esteja no método utilizado. Os jogadores têm de assinar um contrato onde escrevem claramente assumir objectivos periódicos e estes passam pelos estudos e pelo compromisso escolar. Além disso, estas crianças têm ainda consulta no dentista e fisioterapeuta permanente.

E como consegue um projecto social vencer no meio da adversidade? “Com o apoio do grupo em primeiro lugar, seja dos pais, voluntários, jogadores, comunidade e depois com a intervenção de várias instituições caso da Câmara Municipal de Cascais, Associação D. Pedro V, Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Associação de Rugby do Sul e ainda do Banco Alimentar contra a Fome”, explica a responsável da Escolinha.
Teresa Cotrim

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