«As manifestações que houve há uns meses em Portugal foram uma referência para nós», disse José David, um dos porta-vozes do movimento «Democracia Real Já», na cidade improvisada instalada na Puerta del Sol, em Madrid.
«Falou-se aqui muito do que estava a acontecer em Portugal e deu-nos vergonha que aqui não tivéssemos feito nada. Em Portugal mostraram que não se deve ter medo, que se deve sair à rua», disse.
Hoje, em Madrid, como noutras praças em dezenas de cidades espanholas – e em várias cidades europeias, incluindo Lisboa, «a cidadania está a mostrar que chegou a altura de que a sua voz seja ouvida».
A Junta Eleitoral Central (JEC) determinou na noite de quinta-feira que os protestos em Espanha eram ilegais a partir das 00.00 de sábado, dia de reflexão, e no domingo, dia das eleições regionais e municipais.
Questionado sobre o que pode acontecer depois da meia-noite de hoje, José David mostra-se confiante que «não acontecerá nada», até porque «há cada vez mais gente na Puerta del Sol» onde tudo parece preparado para que o protesto permaneça, pelo menos até domingo.
«Somos muita gente e não creio que aconteça nada. Não teria muito sentido. Creio que hoje vamos ter ainda mais gente e seria um erro de coerência fazer qualquer coisa diferente», disse.
«Não somos uma organização política, não estamos a pedir o voto para ninguém e por isso não reconhecemos, neste caso, as instruções da Junta Eleitoral», afirmou.
Lusa/SOL
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