Retiros espirituais ajudam a
combater a depressão
Participar em retiros espirituais, sem qualquer crença religiosa, pode ajudar pacientes com problemas cardíacos graves a sentirem-se menos deprimidos e com mais esperança no futuro, aponta um estudo da University of Michigan Health System, EUA, publicado na revista “Explore”.
Trata-se do primeiro ensaio clínico controlado a demonstrar uma intervenção que pode aumentar a esperança dos pacientes com síndrome coronária aguda, um conjunto de sinais e sintomas relacionados à saúde do coração. Os trabalhos anteriores tinham mostrado que a esperança e o seu sentimento oposto, a desesperança, influenciam a forma como os pacientes encaram o seu futuro.

Um grupo de pacientes com doença cardíaca participou num retiro de quatro dias, onde praticaram meditação, visualização guiada, escrita de um diário e outras actividades semelhantes. Os investigadores mediram o bem-estar físico e mental dessas pessoas para avaliar o sucesso do programa e compararam os resultados com outros dois grupos: um que recebeu cuidados cardíacos padrão e um que participou num programa de mudanças no estilo de vida baseado em nutrição, exercício físico e controlo de stress.

O grupo que participou no retiro teve uma pontuação inicial de 12 no Inventário de Depressão de Beck (sigla no inglês, BDI) – que indica a presença de depressão leve ou moderada – e uma pontuação de 6, imediatamente depois, reduzindo para metade esses níveis. Estas melhorias foram mantidas um ano após a intervenção. Os pacientes que mudaram o seu estilo de vida através de exercício físico e alimentação saudável baixaram a pontuação de 11 para 7. Por outro lado, o grupo de controlo começou com 8 e baixou para 6.

Esses pacientes também mostraram melhoras no resultado do teste que media a esperança. As pontuações na “State Hope Scale” " podem ir de 6 a 48. Os níveis mais altos indicam um maior grau de esperança.

Os três grupos de estudo começaram com umas pontuações médias entre 34 e 36.

Após o retiro espiritual, os níveis médios dos participantes aumentaram e mantiveram-se nos níveis superiores a 40, enquanto os doentes nos outros dois grupos mantiveram-se significativamente abaixo desses - entre 35 e 38 pontos - três e seis meses após o início dos programas.

Para a líder do estudo, Sara Warber, professora assistente de medicina da família na University of Michigan Medical School, este trabalho mostra que o retiro espiritual pode ajudar a restabelecer e ajudar a manter o bem-estar anímico. "Este tipo de intervenções podem ser de particular interesse para os pacientes que não querem tomar antidepressivos para os sintomas de depressão que muitas vezes acompanham a doença cardíaca e o enfarte do miocárdio", conclui a especialista.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

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