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Mobilização em todo o mundo marcada para sábado

Occupy Wall Street entra na quarta semana e não esmorece

Por Nicolau Ferreira

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Manifestação neste sábado em Nova Iorque
Manifestação neste sábado em Nova Iorque (Jessica Rinaldi/Reuters)

O movimento Occupy Wall Street que começou em Nova Iorque entrou neste domingo na sua quarta semana de vida e não esmorece. Ao mesmo tempo que a revolta contra o capitalismo alastra a pelo menos 64 cidades norte-americanas, o movimento também toma conta do Facebook, do Twitter, numa auto-organização virtual sem líderes.

Na Europa, os indignados continuam acampados na capital da Bélgica. Tanto os jornais espanhóis El País como o El Mundo, davam conta neste domingo que a polícia de Bruxelas tinha libertado os 48 detidos na noite de sábado, 27 dos quais eram espanhóis.

Os manifestantes ficaram 12 horas na cadeia por se manterem após as 22h no parque Elisabeth. Os responsáveis belgas tinham dado um edifício de uma Universidade com água, luz e aquecimento, onde os indignados podiam pernoitar. Em contra partida o parque ficaria lavado de gente durante a noite.

“Voltaram todos, sem consequências penais, judiciais ou económicas”, disse uma das responsáveis da coordenação internacional do movimento, citada pelo El País. Os debates vão prosseguir durante toda a semana num crescendo até à mobilização 15-M de sábado que deve acontecer em várias cidades europeias na Holanda, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, em Espanha (Barcelona e Madrid) e em Portugal (Lisboa e Porto).

A Primavera Árabe pode ser vista como o começo da bola de neve que levou ao surgimento do movimento 15-M na Espanha, que luta contra a corrupção governamental e a política económica Europeia. A manifestação de 15 de Maio, que aconteceu depois da mega-manifestação de 12 de Março em várias cidades portuguesas, foi seguida de perto em Nova Iorque.

No passado sábado, centenas de pessoas acabaram por ser presas na ponte de Brooklyn, em Nova Iorque, num momento em que a comunicação social era acusada de estar a desprezar o movimento Occupy Wall Street.

Neste sábado à tarde, e uma semana depois dos incidentes na ponte, mil pessoas manifestaram-se até Washington Square Park, em Nova Iorque, seguidos por um forte dispositivo policial. O grupo seguiu pelos passeios das ruas evitando as estradas para que os polícias não prendessem ninguém.

Os manifestantes gritavam: “Nós somos os 99 por cento”, reportava neste sábado o New York Times. A expressão refere-se aos 99% da população norte-americana versus os 1% que detêm uma fatia de 40 por cento da riqueza do país, e contra o qual os protestos vão ganhando uma voz cada vez maior.
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Carne Ross, diplomata com cerca de 50 anos, que em 2004 rejeitou um posto na ONU quando os Estados Unidos entraram no Iraque, faz parte do movimento. “Quem afirma que só há um punhado de idealistas não tem nenhuma ideia do que se está a passar. Ali está a construir-se o futuro, a cada tarde, com a voz e a participação de todos. Sei que custa entender quando se viveu acreditando que a democracia dos partidos é a melhor forma possível de governo. Mas somos o que deixámos de acreditar no voto e que procuramos novos caminhos através da participação dos cidadãos”, disse o diplomata ao El país, que hoje dirige a organização Independent Diplomat, que faz assessoria diplomática a grupos como a Frente Polisario.Um dos objectivos actuais de Ross é criar um sistema bancário alternativo. “O actual está na raiz da crise económica e é necessário um diferente. Queremos criar formas participativas de gerir o dinheiro e a política e por isso estamos compilar propostas, como os bancos-cooperativa.”

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