Correio da Manhã
Histórias

Chip português despista a morte súbita

A invenção de Ana Teresa Freitas, Alexandra Fernandes e Susana Santos pode prolongar a vida dos portadores de cardiopatias
Por:Vanessa Fidalgo 
Há uma nova esperança para quem sofre de cardiopatias congénitas. Uma equipa de investigadoras portuguesas desenvolveu o primeiro microchip capaz de detectar a predisposição para a miocardiopatia hipertrófica, uma disfunção primária cardíaca que é conhecida como a principal responsável pela temida morte súbita.
O revolucionário microchip funciona através de análises de ADN. Sendo uma pequena placa de 30,68 milímetros de comprimento por 19,68 milímetros de largura e 0,7 milímetros de altura, contém "poços" com menos de um milímetro onde são inseridas sequências de ADN, as quais contêm informação sobre alterações no genoma, validadas pela comunidade científica como associadas à doença que está a ser testada.
"Após o desenho do chip com estas alterações, é adicionado o ADN do paciente (retirado de uma amostra de sangue). Sempre que o indivíduo tenha no seu genoma uma alteração idêntica a uma das pré-programadas no chip, aparece um sinal positivo lido por um laser. Todos os sinais positivos correspondem a alterações no genoma do paciente, associadas à patologia", explicou a professora e investigadora Ana Teresa Freitas, que desenvolveu o chip em parceria com as investigadoras Alexandra Fernandes e Susana Santos. O resultado nasceu no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores: Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID) do Instituto Superior Técnico.
PATOLOGIAS ASSOCIADAS
A incidência da miocardiopatia hipertrófica – a patologia com maior associação a episódios de morte súbita – é de uma em cada 500 pessoas. Existem, no entanto, outras doenças cardiovasculares significativas como a miocardiopatia dilatada, a miocardiopatia arritmogénica, síndromes do QT longo e QT curto e síndrome de Brugada, entre outros.
A possibilidade de previsão e prevenção não existia. Até agora. E tudo graças a um teste "fácil que pode atribuir, de uma forma relativamente abrangente, um risco para a morte súbita".

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