União Africana proíbe a mutilação genital de meninas
Também chamada de circuncisão feminina, o procedimento é considerado cruel e comum em países africanos.
Uma das práticas culturais mais antigas e cruéis do
mundo, a mutilação genital de meninas, foi proibida pela União Africana.
O órgão, que conta com 54 países, também deve iniciar ações para que
líderes locais entendam a gravidade do procedimento. Roger Dang,
presidente da União Africana fez um apelo aos homens do continente, para
que se posicionem contra a circuncisão feminina, um ato que ele
classifica como sendo “uma grave violação dos #Direitos Humanos”.
Também chamada de ablação feminina, o procedimento é comum em comunidades que vivem na África, Ásia e Oriente Médio,
porém, a incidência maior se dá em aproximadamente 26 países africanos.
Dados apontam que entre 70 e 200 milhões de meninas com menos de 15
anos que vivem no continente passaram pela mutilação. Na Somália, 98%
das meninas foram vítimas da mutilação genital. O segundo lugar nesse
ranking infeliz é ocupado por Gambia, onde a mutilação ocorre em 75% das
crianças do sexo feminino.
O que é a mutilação genital feminina
O procedimento tem como objetivo controlar o corpo e a sexualidade
das mulheres e para alcançar tal objetivo, uma espécie de “ritual” é
realizada. Durante o procedimento, a menina – cuja idade varia entre 4 a
15 anos – é amarrada, ou então segurada com força por familiares, para
evitar que ela se debata ou fuja.
A partir de então, se inicia o que podemos chamar de tortura: com uma
lâmina ou tesoura é retirado de forma parcial ou total os genitais
externos das garotas. Sem nenhum tipo de anestesia, o clitóris é
retirado, e muitas vezes também são cortados fora os grandes e pequenos
lábios.
Como o procedimento é feito sem assepsia, em locais inadequados e com
instrumentos que não passaram por esterilização, os riscos à #Saúde
e infecções são muito comuns. Além disso, também são comuns
hemorragias, que podem levar as garotas à morte poucos dias após
passarem pela mutilação. As que sobrevivem não têm mais sorte por causa
disso. Acabam desenvolvendo danos psicológicos profundos, além de
sofrerem com dores para o resto da vida.
Quem vive nos países onde a prática é comum, precisa aprender a lidar
com as barreiras culturais que impedem que sua extinção. Quem se
posiciona contra, é acusado de rejeitar seu povo, sua família e sua
identidade cultural. A União Africana espera que, com a força dos
líderes do continente, essa mentalidade mude, garantindo que as meninas
não tenham mais que passar pela mutilação. #É Manchete!
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