Células estaminais tiveram resultados espantosos na reversão do envelhecimento

Novo método com células estaminais mostrou-se eficaz na reversão do envelhecimento
De acordo com dois estudos publicados esta semana no The Journals of Gerontology,
um ensaio clínico provou que os pacientes idosos são capazes de
percorrer longas distâncias e respirar mais facilmente depois de terem
recebido uma única infusão de células estaminais de dadores jovens.
Cientistas do Instituto Interdisciplinar de Células Estaminais da Universidade de Miami pensam ter descoberto o início do que pode vir a ser o primeiro tratamento terapêutico para a fragilidade, uma condição causada pelo envelhecimento.
Ambos os estudos analisaram o papel que a célula mesenquimal
pode ter na reversão do envelhecimento. A quantidade deste tipo de
célula estaminal, presente no indivíduo adulto, vai diminuindo
consideravelmente à medida que vamos envelhecendo.
Segundo o Futurism, ensaios clínicos baseados no transplante deste tipo de células tiveram “resultados espantosos” na reversão do envelhecimento.
“Todo o ser humano no planeta está a envelhecer” afirma Joshua Hare,
diretor e fundador do Instituto Interdisciplinar de Células Estaminais
da Universidade de Miami. “No entanto, há pessoas que estão a envelhecer
bem e outras mal, e temos que descobrir porque é que algumas pessoas de 80 anos vivem num lar e outras jogam ténis todas as semanas”.
Para o explicar, Hare esclarece que há uma diferença biológica
que faz com que algumas pessoas se tornem frágeis quando envelhecem,
enquanto outras mantêm a mobilidade e a energia. O investigador acredita
que esta diferença biológica tem a ver com uma inflamação crónica no corpo que causa a deterioração das células e tecido muscular.
A primeira fase
envolveu 15 pessoas, com idade média de 76 anos. Cada um dos pacientes
recebeu infusões de células mesenquimais recolhidas da medula óssea de
dadores com idades entre os 20 e os 45 anos.
Seis meses mais tarde, os pacientes tinham melhorado a sua qualidade
de vida e condição física. Esta primeira fase permitiu também provar que
as infusões de células estaminais são seguras para os pacientes.
Já a segunda fase,
que incluiu 30 pessoas, provou que aqueles que receberam um único
tratamento com infusão de células estaminais apresentaram melhorias na
função pulmonar e capacidade de andar a distâncias maiores do que o
grupo que recebeu o placebo.
“A melhoria foi sustentada ao longo do tempo”, disse Joshua Hare.
Para além do sucesso nas duas primeiras fases, os cientistas constataram
também que este método é eficaz, tendo causado sensação na comunidade científica.
Num editorial publicado no The Journals of Gerontology, o investigador e professor da Universidade de Sydney David G. Le Couter
defende que apesar de serem estudos de fase inicial, os resultados não
deixam de ser “impressionantes”, abrindo assim de forma clara o “caminho para grandes ensaios clínicos“.
Estes dois estudos lançaram as bases para uma terceira fase de investigação,
que irá contar com cerca de 120 pessoas, e que terá investimento
da Longeveron, empresa de Miami especialista em terapia com células
estaminais. A empresa deve produzir e distribuir as células em causa,
caso a Food and Drug Administration aprove o tratamento.
“Precisamos do apoio de uma entidade comercial“, diz Joshua Hare. “É muito difícil para uma universidade assumir este nível de responsabilidade”.
ZAP // Miami Herald / Hype Science
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