Investigadora portuguesa recebe prémio internacional de excelência em Genética Humana
“É a primeira vez que um investigador de uma universidade portuguesa conquista este prémio”, afirma o i3S, em comunicado.
O
trabalho premiado, “resultou do trabalho de uma equipa de investigação
multidisciplinar” da qual a investigadora Joana Loureiro fez parte.
“Consistiu na descoberta da mutação causadora da ataxia
espinocerebelosa SCA37 e nos resultados obtidos até agora, que tentam
explicar como é que este ‘erro’ genético conduz à neurodegenerescência
nesta doença”, esclarece.
Parte deste trabalho foi publicado este ano na revista American Journal of Human Genetics.
Para
a jovem investigadora, receber este “prémio tão competitivo, foi sem
dúvida uma grande realização profissional e pessoal. Foi uma grande
honra para toda a equipa que trabalhou e contribuiu para o sucesso deste
projeto”.
Alunos de doutoramento e pós-doutorados em genética
humana de todo o mundo podem candidatar-se a este prémio. Este ano foram
submetidos 500 trabalhos elegíveis a prémio nas duas categorias.
Após
uma avaliação do comité, foram selecionados nove alunos de doutoramento
e nove pós-doutorados finalistas. Estes investigadores foram avaliados
através das comunicações científicas proferidas na reunião anual da
sociedade. Três em cada categoria foram premiados com o prémio Charles
J. Epstein Trainee Award for Excellence in Human Genetics Research.
Entre
os estudantes de doutoramento premiados estão os jovens investigadores
Joana Loureiro, do i3S - Universidade do Porto, Joseph Shin, do Johns
Hopkins University, EUA, e Nasa Sinnott-Armstrong, da Stanford
University, EUA.
A investigadora Isabel Silveira, líder do grupo
de investigação “Genetics of Cognitive Dysfunction”, onde a estudante de
doutoramento Joana Loureiro desenvolveu o seu trabalho, sublinha que
entre os galardoados “estão investigadores que contribuíram fortemente
para o conhecimento em genética médica através da identificação de genes
tão importantes como os associados à Doença de Huntington (James
Gusella) ou à Distrofia Muscular de Duchenne (Louis Kunkel)”.
“Neste
tipo de doenças, só após a descoberta da mutação e dos mecanismos pelos
quais a mutação conduz à patologia é que estão reunidas as condições
ideais à investigação de terapias que curem ou melhorem as condições de
vida destes doentes”, salienta Isabel Silveira.
Por este motivo,
acrescenta a investigadora, é que “os medicamentos e tratamentos que
chegam às farmácias e aos hospitais são fruto de muito trabalho e
dedicação de milhares de investigadores em todo o mundo, durante várias
décadas”.
Comentários