Os voluntários que visitam os presos nas cadeias

TIAGO RODRIGUES ALVES

Abdicam dos tempos livres para levar conforto e palavras amigas a reclusos desconhecidos.

As acções de voluntariado prisional crescem e diversificam-se, ultrapassando o tradicional apoio religioso. Este ano, os Seviços Prisionais querem aumentar os projectos em 25%.

É um tipo de voluntariado que não tem grande reconhecimento, nem os voluntários desejam tal. É desconhecido para a maior parte das pessoas porque se pratica atrás dos muros das prisões, longe dos olhares públicos. Mas os 3659 reclusos que em 2008 foram abrangidos por acções de voluntariado sabem bem da importância que elas têm.

O voluntariado prisional não envolve grandes quantias ou géneros. Assenta sobretudo na boa vontade e em pequenas coisas e gestos. Uma palavra amiga, um cigarro ou um café, um recado para a família, uma ajuda a pintar o bloco ou a arranjar o jardim é quanto basta para trazer um pouco de felicidade a quem se encontra a saldar contas com a sociedade. Há ainda voluntários que levam os reclusos a passear ou a ver as famílias que, de castigo, lhes viraram as costas.

Há alguns anos apenas as organizações religiosas marcavam presença no interior das cadeias, prestando apoio espiritual. Ainda hoje são responsáveis por mais de metade dos projectos (96 em 170) e dos voluntários registados (482 em 864). Não espanta, portanto, que também sejam elas que afectam o maior número de reclusos (1908 num universo de 3659 abrangidos pelo voluntariado).

Todavia, o panorama tem vindo a alterar-se. Actualmemte, além de muitos voluntários individuais, várias organizações e empresas da sociedade civil, cientes do conceito de responsabilidade social, têm-se dedicado ao voluntariado prisional.

Comentários

Mensagens populares deste blogue