Obra para lembrar o risco de educar

ISABEL TEIXEIRA DA MOTA,

Não se trata de recordar Maria Ulrich (na foto) - é algo mais exigente: descobrir, na vasta herança que deixou, as bases de uma pedagogia actual, assente no princípio de que "não há educação nem escola neutra".

Dizer que a pedagogia de Maria Ulrich (1908-1988) faz sentido no século XXI é aceitar hoje, como ontem, que educar é, essencialmente, transmitir valores e que "não pode educar integralmente aquele que flutua indeciso entre várias opções".

Em "Encontro com Maria Ulrich no século XXI", editado pela Tenacitas, Maria do Rosário Lupi Bello e Maria de Fátima Vizeu Pinheiro revelam-nos este "encontro" com a recusa da neutralidade na educação, que esteve na base da obra pedagógica de Maria Ulrich.

Pela exposição de conversas e depoimentos de muitas daquelas que na Acção Católica e no Ramalhete aprenderam e cresceram com Maria Ulrich, o leitor vai tomando conhecimento do sentido e da finalidade educativa que orientavam a sua acção.

Sentido da existência

A sua filiação e infância são apresentadas como dados relevantes para se perceber a sua escolha. Maria Ulrich é neta de Carlos de Lima Mayer e filha de Veva de Lima e Ruy Ulrich. Figuras excepcionais de quem herda a curiosidade e tensão constantes perante a vida e que a farão rejeitar a mediocridade, que, dizia, "é pior do que o piolho".

É a "busca" incessante que a levará a dizer que "a educação pressupõe no educador a definição pessoal e muito clara do sentido que tem para si a existência".

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