Diário de Notícias

UNESCO

O flamenco é Património Imaterial da Humanidade

por ALEXANDRE ELIAS

A Espanha conseguiu esta semana a aprovação da candidatura do flamenco

À segunda foi de vez, pelo menos no caso da candidatura do flamenco a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Após o fracasso da primeira candidatura do flamenco a património da UNESCO em 2005, o órgão cultural das Nações Unidas oficializou na terça-feira (dia 16) a entrada desse género musical no rol dos (agora) 178 itens da lista do Património Imaterial da Humanidade.

Numa reunião dos 24 membros do Comité Internacional para o Património, que decorreu em Nairobi, no Quénia, a UNESCO realçou a importância do flamenco como símbolo importante da tradição oral, a sua representatividade social e o apoio institucional de que goza o flamenco como motivos para a aprovação da candidatura, levada a cabo pelo Ministério da Cultura espanhol e pelas Juntas de Andaluzia, Extremadura e Murcia.

Juntamente com o flamenco, foram também aprovadas as candidaturas da cozinha francesa (proposta, claro está, pela França) e da cozinha mediterrânica (uma proposta conjunta da Espanha, da Grécia e da Itália). Foram assim três as candidaturas apoiadas pela Espanha a darem entrada na lista do Património Imaterial da UNESCO, pois o canto da Sibila, oriundo da região espanhola de Maiorca, foi também aprovado para Património da Humanidade.

Tal como o flamenco, esta música de origem medieval propagou-se ao longo dos séculos, através de uma cultura de índole popular, centrada essencialmente na oralidade.

O flamenco, embora seja de origem mais recente (séc. XVIII), só ganhou verdadeira legitimidade enquanto modelo artístico (além de uma manifestação cultural de certos estratos da sociedade) já no século XX, com os primeiros registos audiovisuais.

É a preservação dessas vertentes, a cultural e a artística, que a Espanha terá de efectuar, com a classificação do flamenco como Património da Humanidade.