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Primeira Casa dos Vizinhos vai abrir na zona oriental

Dora Mota

A Fundação Filos prepara-se para transformar a sua sede, situada na Rua de Costa Cabral, na primeira Casa dos Vizinhos do Porto. Depois, quer abrir outras na zona oriental, criando uma rede de espaços-âncora do projecto "Sentinelas de Rua".

A abertura da primeira Casa dos Vizinhos é uma consequência da actividade que, há dois anos, vários voluntários desenvolvem em quatro ruas da zona oriental do Porto (Costa Cabral, Bonfim, Alegria e D. João IV). São os Sentinelas de Rua : a sua missão é estar atentos às carências dos seus vizinhos e à dinâmica humana da rua em geral.

O projecto é uma parceria da Filos com o Movimento Comunidades de Vizinhança (MCV). Graças a essa rede de voluntários, muitos casos de idosos desamparados ou famílias a precisar de apoio financeiro ou doentes sem assistência foram detectados e encaminhados para os apoios necessários.

Agora, a Filos e o MCV querem criar um espaço onde as pessoas possam passar tempo umas com as outras, criando laços de afecto e entreajuda. A agenda de actividades da futura Casa dos Vizinhos vai ser definida em breve e estará em permanente construção, consoante as vontades expressas pelos seus frequentadores. explicou ao JN o padre José Maia, presidente da Filos.

A intenção da Fundação, segundo José Maia (também pároco da Areosa) é lançar a primeira pedra de uma rede de Casas dos Vizinhos. Para já, vão fazer uma esperiência na própria sede da instituição, na Rua de Costa Cabral. "Queremos fazer aqui um laboratório social, a partir dos dois anos de trabalho que já levamos na rua", declarou.

"No fundo, queremos humanizar a cidade, recuperar o que havia noutros tempos. Que as pessoas conheçam e colaborem com os seus vizinhos", refere Gabriela Taborda, voluntária do Movimento Comunidades de Vizinhança. Não há data marcada para abrir a Casa dos Vizinhos, mas está tudo lançado para que seja "o mais rapidamente possível".

Duas técnicas de Serviço Social vão preparar um programa de actividades e adaptá-lo aos vizinhos que frequentem a casa. Ideias há muitas, como ter até alimentos cedidos por estabelecimentos comerciais para que as pessoas possam fazer pequenas refeições.

Há ideias para que a agenda integre cinema, actuações musicais, jogos e o que mais os frequentadores da casa quiserem e se conseguir. José Maia quer fazer daquele espaço um lugar com "várias respostas sociais", nem que seja apenas a de pôr pessoas a fazer companhia a outras.

Estando a localização da primeira Casa dos Vizinhos já resolvida, os seus promotores já estão à procura de outro espaço para avançar para uma segunda. José Maia está com esperança de conseguir um local na Rua da Alegria. E a parceria Filos/MCV aceita ofertas de espaços de outras zonas da cidade, sob a forma de contratatos de comodato, para instalar mais Casas dos Vizinhos.

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