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KIVA:Portugueses participam em rede de microcrédito na net

por Lusa

No site Kiva há pedidos de empréstimo de todo o mundo, e são cada vez mais aqueles que querem ajudar

O projecto Kiva liga pessoas pela Internet através da concessão de empréstimos a cidadãos empreendedores de países em vias de desenvolvimento, uma forma de microcrédito à escala mundial a que já aderiram alguns portugueses.

Rosa Freitas, técnica de projecto numa Instituição Particular de Solidariedade Social, recebe em Fevereiro a primeira tranche dos empréstimos que fez a empreendedores da Bolívia e do Ruanda. "Decidi contribuir porque o microcrédito é uma estratégia de desenvolvimento sustentável, que tem por base sistemas financeiros tradicionais e permite um desenvolvimento económico e uma melhoria do bem-estar de famílias ou comunidades. São pequenas iniciativas para que alguém possa iniciar, manter ou expandir uma fonte de rendimento", contou à agência Lusa.

Rosa emprestou 25 dólares [18 euros] a um projecto boliviano na área dos transportes, "trata-se da compra de um motor para um táxi comunitário", e mais 25 a uma cooperativa alimentar no Ruanda, que "pretende expandir a venda ambulante de refrescos". "A dinâmica de trabalho, mobilização e participação de comunidades em projectos de microcrédito é muito interessante, porque, além de promover o autoemprego, disponibiliza formação (que pode ir desde a alfabetização, finanças e/ou poupança, etc.) e garante responsabilização de todos os associados", afirmou.

O Kiva estabelece que cada pessoa só pode emprestar 25 dólares de cada vez, o que faz com que cada empreendedor tenha mais do que um financiador. Ao reaver o dinheiro, quem empresta pode investir em novos projectos ou fazer uma doação à Kiva. Desde que surgiu, em 2005, o Kiva já serviu de intermediário para emprestar cerca de 140 milhões de dólares a quase 500 mil empreendedores.

A médica Maria José Campos recebeu algum do dinheiro que investiu em três projectos de grupos de mulheres no Uganda, na Nicarágua e no Peru. Voltou a emprestar parte desse dinheiro e o restante doou à organização. "O montante foi sendo pago mensalmente. Os dois primeiros projectos já terminaram e foi tudo pago. Em relação ao terceiro, que está em curso, já recebi 40% do que emprestei", contou.

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