Sem-abrigo formam Orquestra Som da Rua, no Porto Não têm casa, trabalho, apoio da família. Amor, carinho, companhia. Se essa é a definição para os sem-abrigo, então é de sem-abrigo que aqui falamos. De forma especial, porque merecem: são um grupo que, não tarda muito, vai actuar na Casa da Música, no Porto. Como se todos esses problemas não lhes chegassem, ainda têm, na sua maioria, complicações psíquicas devidas a patologias ou ao consumo de substâncias psicoactivas. No entanto, há momentos em que são felizes, em que fazem o que gostam. Isso acontece-lhes, por exemplo, nos ensaios da Orquestra Som da Rua, o colectivo que até em Russo sabe cantar, coisa que, convenhamos, não é para todos. Termos como "spassibo" (que significa "obrigado") ou "pravda" ("verdade") fazem parte de uma das canções que compõem o repertório deste grupo, nascido por iniciativa do Serviço Educativo da Casa da Música, em estreita colaboração com as instituições de apoio social SAOM-Serviço de Assistência Organizações de Maria, Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Vitória, Associação dos Albergues Nocturnos do Porto e Clínica do Outeiro. Desde Outubro, o grupo ensaia nas instalações da SAOM sob orientação de Jorge Prendas, que os conhece a todos pelo nome. E ainda são algumas dezenas. Um destes dias, o JN ouvi-os cantar e tocar. Sem partituras, sem divisões por naipes, todos dão o melhor porque estão ali à procura de algo. O refrão de uma cantiga resume tudo: "Caminharei contra a solidão". Outra letra clama: "Desejo de viver". Tudo isto poderá ser ouvido em Julho, na Casa da Música, no âmbito do espectáculo Sonópolis. Joana Vilar, assistente social na SAOM, acredita que o facto de participarem na iniciativa "é um grande entusiasmo, é uma valorização que estas pessoas necessitavam". Jorge Prendas, por seu lado, deixa bem expresso um desejo: "Que daqui a 20 anos a orquestra continue a existir e seja uma prova de que a música colabora na inserção social das pessoas". |
Índia: restaurante coloca frigorífico na rua para que sem-abrigo possam tirar as sobras Quando a proprietária de um restaurante de Kochi, na Índia, viu uma mulher sem-abrigo a comer de um caixote do lixo, ao lado do estabelecimento, teve uma ideia: colocar um frigorífico na entrada do Pappadavada, para que os sem-abrigo se pudessem servir em segurança e, paralelamente, o restaurante reduzisse o desperdício alimentar. O frigorífico está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, e todos se podem servir dele. Para além dos alimentos que, ainda que confeccionados, não são ingeridos pelos clientes ou colaboradores do restaurante, o frigorífico recebe várias refeições por lá colocadas por anónimos. Segundo Minu Pauline, citada pelo La Repubblica, o Pappadavada é responsável pela colocação de 75 a 80 refeições por dia no frigorífico. “O dinheiro é nosso. Mas os recursos pertencem à sociedade”, expli...
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