I
A guerra contra a droga falhou.

Chegou a hora de descriminalizar

por Joan
a Azevedo Viana

Personalidades como Fernando Henrique Cardoso, Kofi Annan e Mario Vargas Llosa querem a legalização do consumo de drogas para combater o narcotráfico

A palavra "guerra" aparece rasurada na capa do relatório de 24 páginas que a Comissão Global de Políticas sobre Drogas apresentou ontem em Nova Iorque. Até porque o documento não peca pela brandura, com os signatários a apontar o dedo aos culpados: todos os países que, "50 anos depois do lançamento da Convenção Única das Nações Unidas sobre Estupefacientes e 40 anos depois de o presidente [Richard] Nixon ter lançado uma guerra às drogas pela administração norte-americana", continuam a "criminalizar, a marginalizar e a estigmatizar as pessoas que consomem drogas mas que não fazem mal a ninguém".

Não são novas as palavras, mas são novas (e até inéditas) as posições de quem as subscreve. Presidida por Fernando Henrique Cardoso, antigo presidente do Brasil, a Comissão inclui nomes de peso, como o do actual primeiro-ministro grego, George Papandreous, dos escritores Carlos Fuentes e Mario Vargas Llosa, do ex-chefe da diplomacia da UE Javier Solana e até de Kofi Annan, ex-secretário- -geral da ONU.

Ao todo, são 19 as personalidades que compõem o grupo que ontem apresentou o seu relatório a Ban Ki-moon; seguem--se intervenções junto dos governos nacionais. Com um único objectivo: pedir a descriminalização imediata do consumo de drogas.

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