JN

Fazer do teatro amador uma máxima há 90 anos

O Grupo Dramático de Vilar do Paraíso é uma das colectividades mais antigas de Gaia e considera-se uma pequena escola de actores e talentos.
Sandra Fernandes

Gerações de talento têm levado o nome do Grupo Dramático e Beneficente de Vilar do Paraíso a vários palcos do país. Cabe -lhes a eles a responsabilidade de representarem uma associação que está prestes a completar 90 anos de existência.

foto DR
Fazer do teatro amador uma máxima há 90 anos

Uma tarefa partilhada pela actual direcção e pelo encenador e ex-presidente. "Pôr esta casa de pé deu muito trabalho. Ainda em 1996 deitamos mãos à obra e conseguimos fazer renascer o Dramático, dar-lhe condições condignas e um dos melhores palcos da cidade", conta Valdemar Belmonte que tem no teatro amador uma paixão de há muitos anos. Neste momento está também a reunir informações para fazer o resumo histórico da associação.

Cabe-lhe a missão de perceber que peça se adequa às 18 pessoas que constituem o grupo actualmente e dar-lhe no final um cunho pessoal . "Não deixo ninguém de fora e é difícil encontrar uma peça para tantas pessoas, mas o teatro amador deve ser feito com muita gente. Ninguém sabe onde está o talento", sublinha, orgulhoso. Por ali já se formaram grandes actores como a actual encenadora e dirigente do Teatro Experimental do Porto, Susana Sá.

Mas o legado histórico deixa o actual presidente Rui Duarte muito preocupado com o futuro. "As dificuldades têm sido imensas, por falta de dinheiro e também de gente motivada em manter o Dramático a funcionar, muitos apenas querem protagonismo", diz, revelando que espera, ainda este ano, recuperar o teatro infantil que está inactivo.

Outro ponto alto da associação é a participação na organização das rusgas joaninas, mas este ano não vai participar. "Costumam ser quatro grupos à vez. Este ano éramos nós, mas os custos são superiores a 25 mil euros e como um dirigente de outra associação faleceu e vai ser homenageado, cedemos a nossa vez", explica Rui Duarte, dizendo que naquela freguesia gaiense há uma grande camaradagem entre associações. Solidariedade que esteve nas origens da associação quando há 90 anos um grupo de cidadões se juntou para ajudar um homem que havia ficado sem um braço. Foi aí que se deram início a nove décadas de história e entrega ao teatro amador.

Comentários

Ainda há gente que também pensa nos outros...

Mensagens populares deste blogue